Enviada em: 12/10/2017

Aprovado em 2015, o Estatuto da Família, define família como sendo um homem e uma mulher - unidos por casamento ou união estável - ou um dos pais, com seus filhos. Esse conceito ultrapassado e incompleto não abrange a realidade brasileira, em que mais da metade das famílias não seguem o padrão tradicional e conservador imposto pelo Estatuto.   Primeiramente, a pequena parcela que apoia a decisão aprovada em 2015, diz ser a favor da família tradicional, no entanto, deixam de lado todos os outros padrões existentes no Brasil. É incontrovertível, que essa ideia além de ser preconceituosa - deixando de lado famílias anaparentais, mosaicos, homoafetivas, paralelas, entre tantas outras - é também inadmissível, pois como diz a jornalista Isabel Clemente: "Família não pode ser definida apenas por um conceito tradicional. Família é quem acolhe". Sendo assim, essa decisão do parlamento não define e nunca definiu a sociedade brasileira.   Igualmente, no filme Lilo e Stitch - EUA 2002 - enquanto a personagem Lilo - criada por sua irmã - diz: "Família quer dizer nunca abandonar ou esquecer", Stitch - um alienígena que faz parte da família - acredita que sua família apesar de pequena e incompleta, é boa. Essa animação retrata muito bem a real definição de família, pois acredita que essa é formada, independente dos seus componentes, em um âmbito de amor, afeto e carinho. De maneira análoga ao trecho "consideramos justa toda forma de amor" da música "toda forma de amor" do Lulu Santos, é preciso que a população, que se intitula conservadora, e o Estado aceitem os novos conceitos de família, existentes desde a formação do Brasil.   Por conseguinte, é preciso que haja a mudança do Estatuto da Família, para que esse abranja a todas as unidades de família. Com subsídio estatal, a mídia deve, por meio de propagandas e novelas, mostrar à sociedade brasileira os diversos tipos de famílias, apresentando a necessidade de aceitação dessas. E assim, toda a população, mesmo que discorde, aceitará e entenderá a pluralidade das comunidades familiares.