Enviada em: 16/10/2017

Posso não concordar com uma palavra do que disser, mas defenderei até a morte o direito de dizê-las. Tal declaração proposta pelo filósofo iluminista Voltaire, permite-nos refletir, em nossos dias, sobre como a difícil aceitação das novas formas de família no Brasil, por algumas pessoas, representam um desafio a ser enfrentado de forma mais organizada por nossa sociedade. Nesse sentido, convém analisarmos como os brasileiros vêm enfrentando essa situação.         Apesar das visíveis mudanças, o conservadorismo ainda é latente na sociedade civil. Recentemente a Câmara dos Deputados ressuscitou um projeto polêmico denominado "Estatuto da Família", que legitima apenas a união entre homem e mulher. Uma enquete no portal da Câmara mostrou que 53% das pessoas concordam com essa definição. Embora grandes mudanças já tenham ocorrido, uma boa parcela da população ainda concorda que o modelo tradicional é o que representa a sociedade brasileira.        Essa visão engessada do modelo familiar colabora para o crescimento da intolerância. Crianças que têm família fora do "convencional" costumam sofrer com o preconceito. Recentemente um menino de 14 anos, filho de casal homoafetivo, sofreu agressão física e acabou falecendo. Os adolescentes que o agrediram são vítimas de uma sociedade que acredita que o preconceito é só questão de opinião.         Voltaire influenciou o período iluminista com seus ideais de igualdade. Para ele, todos devem ser iguais em direito, mesmo com as diferenças sociais entre si. Com base nisso, o governo deve criar punições mais eficazes para casos de intolerância, como multas e penas de prisão mais altas, além de estabelecer que toda escola tenha momentos de debate entre os alunos para que promovam em si o respeito ao próximo. Dessa forma, contribuiremos para uma sociedade que respeite a diversidade.