Enviada em: 31/10/2017

A unidade familiar é aquela que representa a formação de núcleos de indivíduos que compartilham laços de afetividade e também de parentesco, contudo, essa denominação, ainda, gera inúmeros debates e conflitos em sociedade. Por outro lado, a construção do pensamento patriarcal e conservador é resultado de gerações que perpetuaram essa visão tradicional de família, a qual é pautada na hierarquia de poder com, homem, mulher e filhos. Dessa forma, a reivindicação social e jurídica do reconhecimento para diferentes formas de criação de parentesco é consolidada na perspectiva do amor, felicidade e bem-estar.       No contexto mundial do século XX, composto por guerras, ditaduras e censuras ideológicas, diversos movimentos sociais eclodiram na busca por tolerância e liberdade de expressão, sobretudo, o movimento homoafetivo e o feminista. Todavia, episódios de violência e rejeição são recorrentes, principalmente, em países que reproduzem o preconceito social, como o Brasil, o qual é líder em denúncias por agressão física e moral contra casais do mesmo sexo pessoalmente, assim como, de forma virtual. No entanto, já é assegurado pela Constituição Federal, o casamento civil igualitário, o qual compreende que o fato mais relevante na formação de um núcleo familiar é o amor e não a opção sexual do casal.         Ademais, o último censo do IBGE revela que, as configurações familiares brasileiras que diferem dos padrões tradicionais já ultrapassam aquelas constituídas por homem, mulher e filho, ainda que, essa realidade seja negada por parcelas da população. Além do que, a prática de adoção entre os casais homoafetivos e pessoas solteiras ou até divorciadas é crescente e demonstra uma ruptura nos obstáculos e preconceitos que rondam essa atitude, uma vez que, assegurados na legalidade, contribuem na mitigação da problemática do menor abandonado e que esteja em situação de risco social. Desse modo, não há um modelo ideal de família, mas arranjos diversificados que surgem ao longo do tempo e que visão a transmissão de valores para os seus descendentes.      Portanto, é inegável que o novo conceito de família deve ser, gradualmente, introduzido em sociedade. Logo, faz-se necessário que o Ministério Público informe e instrua a população sobre a diversidade familiar, por meio de campanhas, veiculadas nacionalmente nos diversos meios de comunicação que aluda à tolerância e ao respeito entre todos, com o intuito de romper com pensamentos e atitudes preconceituosas. É importante também que, psicólogos e profissionais que trabalham com o público infantil estimule nos infantes a aceitação das diferenças, por intermédio de conversas e brincadeiras, para que a diversidade agregue valores e não os percam.