Enviada em: 27/02/2018

A imagem de "Família Doriana", composta por um homem, uma mulher e seus filhos, referente a uma empresa de produtos alimentícios, foi amplamente difundida em propagandas nos meios midiáticos do século passado, representando, assim, um conceito idealizado de grupo familiar da época. Entretanto, contemporaneamente, as configurações familiares brasileiras, revelam-se cada vez mais diversificadas e heterogêneas o que vai de encontro à ideais arcaicos.               Em primeiro plano, segundo a sociologia, a família é formada por um conjunto de pessoas que se encontram unidas tanto por laços sanguíneos, a exemplo de pais e filhos, como também por vínculos de afinidade, como os casais. No entanto, ao descortinar a modernidade, observa-se a ampliação desse conceito, tendo em vista alterações recentes na legislação e no pensamento coletivo dos indivíduos, facilitando, assim, a reconfiguração das famílias no país. Isso pode ser evidenciado, na regulamentação do casamento de casais homoafetivos, bem como da união estável e de divórcios simplificados.         Outrossim, é indubitável que ideais arcaicos e patriarcais ainda perpetuam-se em diversos segmentos da sociedade. Nesse contexto, a família é vista por muitos indivíduos e instituições - como a igreja - como uma base fixa, caracterizada pelo casal heterossexual e seus filhos, não admitindo - e até mesmo repudiando- qualquer outro tipo de formação. Nesse sentido, observa-se que mesmo sobre os aspectos da legalidade de casamento entre casais homossexuais, o preconceito a esses grupos ainda é predominante, haja vista que muitas igrejas se recusam a concretizar tal união.        Assim, cristaliza-se uma sociedade brasileira cada vez mais mutável, mas que ainda sofre restrições. Para que se concretize uma sociedade livre para decidir sobre suas uniões, portanto, cabe ao Poder Legislativo aplicar leis para tais instituições que se recusem a realizar tais casórios, a fim de que o direito de união seja para todos. Ademais, fica a cargo das instituições formadoras de opinião, como as escolas e os meios comunicativos, ministrar por meio de palestras e propagandas em horário nobre, as diversas configurações familiares existentes.