Enviada em: 05/08/2017

“As feias que me perdoem, mas beleza é fundamental”. O famoso verso de Vinicius de Moraes é capaz de sintetizar muito bem o pensamento hegemônico vigente há alguns séculos. A Idade Contemporânea trouxe várias mudanças e inovações, dentre elas a construção e o fortalecimento de padrões estéticos, em centros urbanos, até então adotados e compreendidos apenas pelas nobrezas aristocráticas. A consolidação dessa concepção pode trazer inúmeros malefícios à sociedade, tornando necessário um debate acerca de seus aspectos.       Sendo assim, é preciso pontuar, de início, que, segundo o filósofo Karl Marx, o pensamento prevalecente em uma sociedade é imposto pela classe dominante. Dessa forma, é possível deduzir que os grupos mais prejudicados sejam os menos favorecidos financeiramente. Os padrões de beleza, idealizados pela elite, não são de fácil acesso às classes menos privilegiadas, que se sentem lesadas por não reproduzirem um arquétipo de estética.       Ademais, é grande o número de propagandas que oferecem um modo rápido e fácil para atingir o “corpo perfeito”. Os jovens são o alvo principal, devido à suscetibilidade que apresentam, por estarem começando a socializar. As imposições da sociedade, que cobram a busca pela beleza, oprimem os menos bem-sucedidos nesse quesito, tendo como consequência o aumento no número de casos de depressão, ansiedade social, suicídio, entre outras mazelas, na população.       Portanto, medidas são necessárias para solucionar o impasse. O órgão CONAR deverá regular propagandas que incitem a adoção de padrões estéticos com maior rigidez. O Ministério da Educação, aliado às escolas de rede pública e privada, deverá realizar palestras educativas, ministradas por professores e educadores, que abordem o tema. Posto isso, mitigaremos a busca desmedida e exacerbada pela perfeição.