Enviada em: 06/08/2017

Na Europa, até meados do século XIX, o sobrepeso era sinônimo de riqueza, pois, até então, a escassez de alimentos era epidêmica. Assim, só quem tinha posses era capaz de alimentar-se de forma a ganhar peso. Contudo, o desenvolvimento da indústria alimentícia garantiu que a comida produzida fosse suficiente para todos e, dessa forma, o padrão corporal se alterou. Porém, as questões, como os problemas psicofisiológicos e a pressão social, ainda prevalecem no contexto contemporâneo. A vigorexia, doença que leva a pessoa a se perceber mais fraco que de fato é e faz com que ela tenha distúrbios alimentares a fim de não perder sua massa muscular, é somente um dos diversos problemas psicofisiológicos da atualidade. Todavia, o desenvolvimento dessas distorções de imagem corporal se dá a partir do meio externo que o enfermo está inserido, sobretudo por causa das propagandas publicitárias e o padrão que é imposto pela mídia. Desse modo, diante dessas influências inalcançáveis, o indivíduo, aos poucos, negligencia sua saúde a fim de se encaixar dentro do surrealismo corporal midiático. Se não bastasse, a pessoa que, por causa dessas influências se desconfigura fisicamente, agora também sofre devido à pressão social. Isso acontece, pois, nesse mundo cada vez mais conectado, a importância do conteúdo intelectual do ser humano foi substituído pelas aparências. Em vista disso, o indivíduo se vê pressionado diariamente por estatísticas informacionais, tais como números de "gostei" nas redes sociais, que, em seu consciente, mostra o valor dele na sociedade. Em consonância, as distorções de imagem serão agravadas, pois, nas redes sociais, nada é mais importante que a aparência. Nesse contexto, fazem-se necessárias intervenções contra o culto à padronização cultural. Para tanto, o Governo Federal, a partir do financiamento do Ministério da Fazenda, deve premiar as empresas, por meio de subsídios, que não pratiquem abusos psicológicos midiáticos em suas propagandas. Além disso, o Ministério da Saúde deve viabilizar programas que facilitem o suporte de psicólogos e psiquiatras aos enfermos fisicamente disfóricos. Acima de tudo, cabe ao Ministério da Educação colocar na Base Curricular Nacional o ensino das doenças de imagem corporal e promover atividades socioeducacionais nas escolas públicas que contemplem a questão dos problemas do culto à padronização cultural.