Enviada em: 09/08/2017

Durante a fase indianista do Romantismo no Brasil, a idealização da figura feminina esteve muito presente. No entanto, tal imaginação passa a ser negativa, na contemporaneidade, devido à padronização corporal, tanto em relação aos homens quanto às mulheres, podendo acarretar distúrbios alimentares e afetar a autoestima daqueles excluídos dessa uniformização. Fatores de ordem cultural e histórica caracterizam a problemática.    Com o fim da Guerra Fria, houve a hegemonia dos Estados Unidos e a difusão do capitalismo. Este, o qual é caracterizado pelo consumismo, levou à criação de uma indústria cultural homogênea e eurocêntrica, formando um padrão de consumo e de beleza. Dessa forma, as pessoas absorvem certas características físicas como belas e encontram-se pressionadas para se enquadrar nesse modelo, o que representa uma verdadeira ditadura da beleza.     Outrossim, o histórico enraizamento  do racismo na sociedade brasileira contribui com a inferiorização da beleza da raça negra. Devido aos séculos de escravidão e mesmo depois da Lei Áurea, a população foi perpetuando a desvalorização e a discriminação em relação à cultura e à beleza dos negros. Tal fator pode ser ratificado por uma pesquisa, na qual a maioria das crianças escolheram como mais bonita a boneca branca, de olhos claros em relação à boneca negra.      É notória, portanto, a relevância de fatores de cunho histórico e cultural na temática supracitada. Nesse viés, cabe à escola, em parceria com a família, contribuir para acabar com a construção de um ideal de beleza nas crianças e o fim do racismo. Tal medida pode ser efetivada por meio de trabalhos dinâmicos, palestras, debates em sala de aula e diálogos em casa. Além disso, é necessário que o governo forneça profissionais da psicologia em todas as instituições públicas de ensino para acompanhar os adolescentes que apresentam qualquer distúrbio. Por fim, é fundamental que a mídia promova a aceitação do corpo pela população por meio de anúncios e propagandas nos principais meios de comunicação.