Enviada em: 23/08/2017

No limiar do século IV a.C, no período da República grego-romana, era possível denotar, claramente, a emergência de um novo paradigma social. Marcada por uma lógica excludente, a padronização de um corpo ideal consolidava suas bases, na Antiguidade. Assim, percebe-se, atualmente, que a problemática persiste intrinsecamente assoada à realidade mundial, seja pelas características deste fato social; seja pelos estereótipos divulgados nos meios de comunicação.       É incontrovertível que a pressão exercida pela sociedade esteja entre as causas do impasse. Conforme Emille Durkeim, o fato social é uma maneira coletiva de agir e pensar dotada de generalidade, exterioridade e coercitividade. Nesse contexto, pode-se encaixar o padrão de um corpo ideal na tese do sociólogo, haja vista, que um indivíduo tende a se moldar, de maneira irrestrita e independente de seus princípios, à lógica coletiva. Assim, justifica-se o fato de 83% das mulheres se sentirem pressionadas a atingirem um protótipo de beleza, segundo uma pesquisa realizada pela empresa Edelman Intelligence.       Outrossim, é notório que o impasse está longe de ser resolvida. Segundo a psicóloga Ana Paula Scinocca, no Brasil, o nível de distúrbios neuropsicológicos, decorrentes da busca de se atingir  um estereótipo corporal, vem aumentando sobejamente, a ponto de emergir um novo transtorno alimentar: a vigorexia. Diante disso, é  possível afirmar que a influência dos meios midiáticos sobre a população contribui, demasiadamente, para atenuar o impasse, visto que esses disseminam- por intermédio de novelas, malhação, dentre outros programas- paradigmas corporais que são seguidos cegamente pelo povo brasileiro.       Destarte, é evidente que medidas são necessárias para mitigar o impasse. O Governo Federal, por meio do Ministério da Educação, deve financiar a atuação de psicólogos e especialistas no assunto, nas escolas e locais públicos, que proporcionem aos jovens e adultos, por meio da reflexão, uma mudança de mentalidade social. Ademais, seria pertinente a atuação da mídia divulgando pelos seus programas toda a pluralidade  de estilos e corpos, em prol de romper com a lógica excludente de um corpo estereotipado.