Enviada em: 09/08/2017

Estética: "O Fato Social"     Para Durkheim, sociólogo francês, "mais do que formador da sociedade, o homem é um produto dela". Sob essa ótica, percebe-se que o estereótipo denominado "padrão de beleza", outrora criado pela própria comunidade, manifesta-se, hoje, como uma problemática a ser combatida. Devido aos diversos transtornos psíquicos e alimentares gerados, o assunto tem ganhado destaque entre nutricionistas e psiquiatras no Brasil, haja vista a forte influência midiática como principal fator.     A estética que, porventura, é muito debatida no campo filosófico, atualmente se manifesta como um fato social - já mencionado por Durkheim - evidenciando sua exterioridade e coercitividade. Todavia, a busca por um corpo perfeito se torna prejudicial quando é colocada à frente da preocupação com a saúde. Casos de anorexia, bulimia e vigorexia demonstraram um aumento nas últimas décadas, principalmente entre as mulheres. De acordo com a pesquisa realizada pela Edelman Intelligence, publicada em 2016, 83% das mulheres entrevistadas se sentem pressionadas a atingir a definição de beleza. Por conseguinte, observa-se que a problemática de carácter inercial e crescente é constante no que se refere à população brasileira.     Não obstante, as instituições sociais midiáticas e publicitárias promovem a entrada do individuo, desde a sua infância, na busca por um ideal estético. Dessa forma, vale ressaltar não só novelas e seriados que o tempo todo transmitem, inconscientemente , o estereótipo a se seguir, mas também desenhos e brinquedos que visam o público infantil. Bonecos, por exemplo, como "Barbie" e "Max Steel" estão presentes durante toda a juventude de grande parte da população; não como brinquedos, mas como ídolos que influenciam fortemente na criação de estereótipos de "corpos perfeitos". Desse modo, percebe-se um dos principais pilares que sustentam o impasse em questão, contribuindo, também, para o surgimento de todas as doenças supracitadas.     É necessário, portanto, uma ação contrária ao movimento inercial da problemática, para que esta seja amenizada. Nesse aspecto, cabe ao Ministério da Saúde disponibilizar atendimento gratuito com nutricionistas e psiquiatras nas Unidades Básicas de Saúde por meio de um maior investimento do Poder Executivo. Outrossim, a mídia deve parar de transmitir um único modelo de corpo como aceitável, e ao invés disso, incentivar, em novelas, desenhos e propagandas, um maior cuidado com a saúde individual de cada cidadão. Quem sabe assim a estética contemporânea seja um fato social formador de indivíduos, acima de tudo, saudáveis.