Enviada em: 17/08/2017

Princípio Individual         “Espelho, espelho meu, existe alguém mais linda do que eu?” A frase da madrasta da Branca de Neve é um dos símbolos do culto a padronização corporal. Este que também fez do Brasil o segundo país em cirurgias estéticas e muitas delas desnecessárias. Diante disso, ocorre o embate ético sobre a real necessidade da busca de um padrão corpóreo, enquanto a sociedade se pronuncia a favor de um molde de beleza.         A priori, a imposição de um molde corporal muda conforme o tempo e a necessidade. Assim, a concepção de belo na idade média eram corpos com sobrepeso em virtude da escassez de alimentos. Hoje, retornamos ao padrão de beleza da Grécia Clássica, na qual os corpos são definidos ao extremo. No entanto, a busca pela perfeição corporal é exacerbada e se adequa à conveniência dos estamentos sociais de cada época.          Outrossim, é constante o apelo midiático envolvendo corpos bonitos e trabalhados. Não obstante, a facilidade das intervenções plásticas por todo o Brasil é outro fator que levam os jovens a procurar o caminho mais fácil para o perfil sonhado de beleza. Porém, essa escolha também pode acarretar a morte. Exemplo disto é a crescente estatística, apontada pela sociedade brasileira de cirurgia plástica, de óbitos nas mesas cirúrgicas em decorrência dos procedimentos, sem que a sociedade vá contra o ato, em contrapartida, ela busca é por formas de pagamentos para a intervenção estética.          Desse modo, segundo o filósofo Aristóteles, “a virtude está no ápice entre dois excessos”, no qual a busca pelo “físico atraente” deve ser comedida, sem sacrifícios a saúde. Por isso, as mídias televisivas podem, com o aporte do erário, por meio de peças publicitárias alertar sobre os perigos da constante busca estética. Ademais, o Estado precisa regulamentar as necessidades das intervenções plásticas, a fim de orientar acerca das reais urgências cirúrgicas. Somado a isso, é essencial a participação da sociedade na inclusão dos mais variados padrões, seja por cobranças nas mídias e rede sociais, ou por campanhas em escolas destituindo a um padrão único de beleza. Por fim, apesar da imposição do conceito restrito de beleza, ela deve permanecer um princípio individual.