Enviada em: 16/08/2017

O corpo livre       Seja em novelas ou séries de televisão, em propagandas audiovisuais ou em outdoors espalhados pela cidade, a representação de pessoas financeiramente e socialmente bem-sucedidas possuí um padrão: pessoas magras, com medidas corporais muito semelhantes entre si, sem imperfeições como rugas, celulite, cicatrizes, etc, ou seja, possuem um corpo perfeito, na maior parte das vezes conseguido através de modificação digital da imagem.        Apesar de o padrão imposto ser inatingível para a maior parte das pessoas, pois que cada um possui carga genética diferente, fazendo com que tenha medidas diferentes e maior ou menor propensão a ter rugas, celulite, etc., entrar repetidamente em contato com esse padrão sem que haja um contraponto faz com que 63% das mulheres acreditem ser necessário um certo tipo de aparência para ser bem-sucedida, como revelou pesquisa divulgada no ano de 2016. A mesma pesquisa revelou ainda que 83% das mulheres se sentem pressionadas a atingir o padrão de beleza. Tal fato tem levado a buscas desmedidas pelo atingimento do padrão de beleza, seja através de dietas, atividade física ou cirurgias. Em alguns casos a busca se dá de forma não saudável, sendo cada vez mais frequentes distúrbios alimentares como a bulimia, anorexia e vigorexia, que além dos prejuízos físicos causam prejuízos emocionais e sociais ao indivíduo.        Diante desses fatos, ainda que de forma tímida se se pensar na gravidade do problema, diversas pessoas públicas têm se posicionado a favor de maior representatividade nos meios de comunicação, sendo que diversas atrizes e modelos tem feito constar expressamente em seus contratos a proibição de modificação digital de seus corpos. Além disso, as redes sociais têm sido importantes em divulgar a importância de aceitar o próprio corpo e deixar de buscar por padrões de beleza inatingíveis, como o canal no Youtube Gordadeboa.        Não se trata, é claro, de defender estilos de vida não saudáveis, mas sim de reconhecer que a busca pelo padrão de beleza imposto tem levado ao aumento de enfermidades relacionadas a essa busca, que causam prejuízos físicos, sociais e emocionais aos indivíduos.