Enviada em: 06/09/2017

Na Grécia Antiga se valorizava a forma atlética dos corpos, a prova disso foi a criação dos jogos olímpicos, nos quais os atletas usavam da beleza para homenagear, por meio de campeonatos, os deuses gregos. Na sociedade contemporânea, tal padrão se encontra em alta e a busca por ele acompanha esse fato quando vemos o grande número de estabelecimentos como academias e centros estéticos. Infelizmente, esse objetivo não traz apenas consequências boas, como a garantia de mais empregos nessas áreas, já que o culto à padronização corporal no Brasil e no mundo, acarreta em problemas como transtornos alimentares e psicológicos, além de fomentar  o machismo no país.      Para Aristóteles, "o homem é um ser social", daí a busca pela aceitação comum dos outros, inclusive adaptando o corpo ao que um grupo determinou ser a beleza ideal. Para isso, muitas vezes, ocorre a procura de academias, centros cirúrgicos, métodos de desnutrição para perder peso e até mesmo anabolizantes para ganhar massa muscular. Tais métodos, comumente, visam objetivos extremos e rápidos que, nem sempre eram o desejo do indivíduo, mas que, devido às pressões externas, tornam-se a alternativa para se sentir incluído à sociedade. Ratifica-se isso em dados da empresa de produtos de beleza e higiene Dove, que alerta para o exorbitante percentual de 82,5% das mulheres pesquisadas pelo mundo, sentirem-se obrigadas à seguir um padrão "perfeito".      Ademais, além da pressão usual da sociedade, principalmente da parcela masculina, com o advento da internet, a publicidade está rotineiramente presente na vida das mulheres brasileiras, tanto nas propagandas de televisão, nas quais, ainda que tenha havido certa redução, os corpos favoritos ainda são os de mulheres magras ou malhadas, quanto na palma da mão feminina, ao abrir redes sociais como o Instagram e lá encontrar musas "fitness"–a nova onda do padrão corporal, que define a beleza na exibição de corpos magros e com músculos definidos– como a famosa Gabriela Pugliesi. Porém, o que fica implícito para as mulheres comuns que tem suas próprias rotinas de trabalho é que essas pessoas são modelos que são bem pagos para levarem esse estilo de vida e, principalmente, para venderem a elas o desejo de viverem assim também.       Em suma, para reduzir  o problema, ao Ministério da Saúde cabe a necessidade de ampliar o atendimento público de saúde, instalando um mecanismo de auxílio aos jovens que sofrem de transtornos alimentares, com nutricionistas e psicólogos em período de estágio, nas instalações das universidades ou, na ausência delas, em prédios dos governos municipais. Às escolas fica o dever de preparar seminários com os alunos e as famílias atentando à intenção da publicidade, principalmente a subentendida nas postagens de famosos e os riscos da busca de certos padrões corporais.