Enviada em: 19/08/2017

A Mercantilização do Corpo              Cirurgias plásticas, tratamentos diversos, exercícios físicos em excesso e uma infinidade de cosméticos. Eles prometem ajudar na "busca pela perfeição" e escravizam milhões de mulheres, jovens e adolescentes todos os dias por interferências da publicidade e do capitalismo. Além disso, a sociedade atual, tem influência direta nesse comportamento das pessoas. Indiscutivelmente, o culto à padronização corporal deveria ser visto como uma questão preocupante no país.        Hoje, parece estarmos vivendo numa sociedade paradoxalmente dominada por excessos e marcada pela superficialidade. Os discursos publicitários, por certo, pegam carona nessa situação. Os estímulos em favor do consumismo devem ser seguidos em troca de promessas de felicidade. As diversas peças publicitárias asseguram que nosso dever é ser feliz padronizando o corpo, e essa felicidade requer o consumo. De sorte que o crediário absorve boa parte dos orçamentos hoje em dia. Dessa forma, o mercado encontra potencialidade suficiente para sua efetiva totalização.        Nota-se que a mídia e o capitalismo aparecem como as principais instâncias na promoção ao consumo e, consequentemente, a mercantilização do corpo. O sociólogo polonês Zigmount Bauman, provavelmente, fez um dos diagnósticos mais precisos da sociedade de consumo pós-modernidade. Em modernidade líquida, Bauman escreveu que "a lista de compras não tem fim. Porém, por mais longa que seja a lista, a opção de não ir às compras não figura nela", diz o teórico da pós-modernidade. De fato, não existe a opção do não consumo. Qualquer ação vital que se realize, envolve alguma forma de consumo.        Nesse viés, portanto, aplica-se a questão da mercantilização corporal atrelado ao culto à padronização do corpo, pois a sociedade de consumo é também a sociedade da estética. Os corpos contemporâneos não escaparam desse processo mercadológico. Ele também entrou na dinâmica do mercado, do vendável e do consumível. Quanto maior a abertura econômica, maior é a formatação. No entanto, a sociedade deve ter a consciência de que o corpo não é objeto monetário e evitar a entrada na dinâmica do mercado pois são apenas sonhos de novos corpos e com um novo universo de utopias e terrores como a anorexia, a bulimia e a vigorexia. Bem como, o apoio do governo por meio de equipes multidisciplinares de nutricionista, psiquiatra, educador físico e psicólogo afim de que atuem na abordagem comportamental ligadas a esse fenômeno social.