Enviada em: 21/08/2017

Com a saída do mito para a filosofia, o ser humano passou a preocupa-se com questões relacionadas com a ontologia. Frases como “o homem é a medida de todas as coisas”, de Protágoras, colocavam em cheque a exaltação dos indivíduos com bases em suas características físicas. É certo que, da Grécia antiga até os tempos atuais, a relação corporal teve inúmeras alterações, entretanto, o culto aos padrões estéticos são empregados até os dias atuais. Nesse sentido, convém analisarmos suas principais motivações e consequências.       A princípio, é possível perceber que essa circunstância deve-se a questões sociais. Isso ocorre porque a mídia, mais do que nunca, impõe ao tecido social uma padronização de beleza, algo que tornou os meios de comunicação peças fundamentais nesse processo. Tal conjuntura é intensificada pelo uso das redes sociais, pois como dizia Zygmun Baumam, nossos contatos estão cada vez mais líquidos e menos concretos. Isso significa que os indivíduos mantém cada vez mais relações virtuais, e no mundo das redes socias, onde as pessoas expõem seus belos corpos, os outros indivíduos tornam-se mais exigentes com seu próprio semblante, gerando assim a ditadura da beleza.      Outrossim, vale ressaltar que essa situação corrobora problemas nas relações pessoais e na saúde. Segundo o IBGE, apenas 17 por cento das mulheres sente-se confortáveis com o próprio corpo, esse dado revela-se alarmante, pois implica dizer que o restante das mulheres podem manifestar transtornos alimentares, e psicossociais por não se sentirem aceitas, além da procura por cirurgias plásticas que podem pôr a vida da paciente em risco. Diante dessa lógica, nota-se que o culto a beleza da pós-modernidade traz consigo consequências temerárias que afetam a qualidade de vida dos brasileiros, quando a constante vigilância pelo corpo torna-se obsessão para satisfazer o ideário estético.      Torna-se evidente, portanto, que o culto a padronização estética no Brasil apresentam entraves que necessitam ser resolvidos. Logo, é necessário que o Ministério da educação, juntamente com as escolas e comunidades promovam palestras que estimulem a debate das diferenças corporais, mostrando que a diversidade estética de todos precisam ser valorizadas, além disso, é importe o debate sobre o meio digital para mostrar que, ainda que ambiente virtual contribua para os padrões estéticos, ele pode ser uma forte ferramenta para fragmentar estereótipos, por meio de post, corretes, etc. Assim como, o Conselho de Autorregulamentação Publicitária deve adotar um controle de propagandas com grande rigidez, promovendo propagandas publicitárias que atinjam a todos os públicos como o intuito de quebrar padrões estéticos. Com essas  atitudes talvez os indivíduos tornem-se a medida de “si próprio”.