Enviada em: 20/08/2017

Na confluência entre o desenvolvimento da sociedade e da massificação cultural, o culto desmedido ao corpo perfeito é um problema crescente no Brasil. Diante da gravidade dos transtornos decorrentes da busca por esse modelo ideal, é urgente a criação de medidas para alterar esse cenário. Contudo, no país, a negligência dos meios midiáticos e o desconhecimento da população intrincam mudanças.    Observa-se, primeiramente, que as mídias, como revistas e redes sociais, acabam reforçando padrões inatingíveis de beleza. De acordo com a pesquisa da Eldeman Intelligence, 83% das mulheres, as principais vítimas, não estão totalmente satisfeitas com seus corpos. Além disso, tal grupo se sente pressionado a atingir um modelo pré-estabelecido, sobretudo, pelos produtos dos meios midiáticos.    Verifica-se, ainda, que a ignorância da população a respeito dos transtornos consequentes dessa padronização, dificulta a identificação e o tratamento dos doentes. O vigoréxico, por exemplo, muitas vezes é incompreendido pela sociedade e pelas pessoas ao seu redor, que superficialmente o julgam como um viciado em exercícios físicos. Em decorrência disso, fica mais difícil reconhecer a patologia e tratá-la da forma correta.     Depreende-se, portanto, que o culto a um corpo "perfeito" disseminado em massa, principalmente, pelas mídias não é saudável para os brasileiros. Cabe a Mídia, o dever de desmistificar esses padrões pela adição de mais variedades de corpos em seus produtos, sem o intuito de ridicularizar nenhum deles. Assim, mais pessoas poderão se sentir representadas. Ademais, o Terceiro Setor pode, por meio de debates e palestras, informar à população sobre tais doenças, para que esta possa reconhecê-las quando necessário.