Enviada em: 20/08/2017

Quando Durkheim levanta o fato social como sendo coercitivo e determinante na formação das ações do indivíduo, corrobora então na compreensão dos nítidos impactos que a padronização da beleza causa neste. Bem como, percebemos a atuação da indústria corporal presente de forma inescrupulosa diariamente nos veículos de massa, produzindo graves problemas de aspectos sociais e saúde.      Procedimentos de resultados instantâneos, dietas milagrosas e divulgação de resultados reais questionáveis, movimentam freneticamente vários canais de comunicação como, a internet, televisão e rádios. Juntamente a isso, a cobrança de um biotipo ideal, alimentado por essas mídias, podem gerar uma distorção da própria imagem, e como consequência, o desenvolvimento de transtornos alimentares sérios, que além da difícil superação individual, são fortemente estigmatizados pela sociedade.          De fato, doenças como a anorexia e a bulimia, tem uma característica muito forte da perda de nutrientes necessários para o bom funcionamento do organismo. Um deles é o potássio, fundamental na eficácia da atuação da bomba de sódio-potássio, responsável pela condução dos impulsos nervosos e contração muscular. Bem como neste quadro de hipocalemia, compromete-se de forma direta os Sistemas Renal e Cardíaco, essenciais para a manutenção da vida.         Portanto, a coerção que ocorre midiaticamente, fez emergir problemas que saem do nível individual e atinge grandes proporções sociais. Sendo assim, os mesmos meios causadores de vários transtornos, podem tornar-se aliados no combate a esses problemas, com campanhas de incentivo a uma alimentação saudável e que orientem sobre os riscos e consequências dos distúrbios alimentares. Pois ao nos tornarmos reféns desses padrões, perdemos nossa essência, assim como sabiamente escreveu Simone de Beauvoir, “Que nada nos defina. Que nada nos sujeite. Que a liberdade seja a nossa própria substância.”