Enviada em: 27/08/2017

Podemos afirmar que o culto à padronização corporal tem marcado diversas sociedades ao longo da evolução humana. No brasil, atualmente, para onde quer que olhem, as pessoas são bombardeadas com formas do corpo humano que se tornam verdadeiros estereótipos. Assim é que, inevitavelmente, o indivíduo passa a sofrer uma grande pressão interna em busca de um corpo perfeito, advinda não apenas de todo um contexto que em diversos momentos permeou a história da humanidade, mas também de setores da vida em sociedade, como o mercado de trabalho.     Com relação ao contexto histórico, podemos afirmar que sempre houve momentos em que o culto ao corpo foi, de uma forma ou de outra, externado. Não é difícil lembrar de como essa situação era frequente na Grécia Antiga, em que os homens tinham seus corpos moldados para exercerem diversas atividades, desde a guerra até a disputa dos jogos olímpicos, quando competiam completamente despidos para realçar a beleza do corpo. De mesma sorte, o renascimento procurou ressaltar a veneração do corpo, o que pode ser observado nas pinturas e esculturas da época. Não podemos também esquecer que o Nazismo pregava uma concepção de uma raça superior, que seria a ariana: uma raça branca e perfeita.     Somado a isso, há atualmente setores da sociedade que ditam a estrutura do corpo que o indivíduo deve ter. Podemos citar, como exemplo, o mercado de trabalho, em que pessoas consideradas acima do peso ou de pelo negra ou parda raramente têm a possibilidade de mostrarem suas habilidades, pois no momento em que buscam sua inserção no mundo laboral, são visivelmente empurradas para o fim da fila, local de que dificilmente saem em razão da grande quantidade de indivíduos em situação de desemprego. Essa circunstância é, da mesma forma, percebida em setores mais restritos, como é caso da indústria da moda, do cinema e da televisão.     Para que se minimizem, portanto, os impactos causados por esse pensamento segregacionista, deve haver um contínuo diálogo entre poder público e sociedades civis organizadas, a ponto de reconhecer os verdadeiros obstáculos que impedem a população em geral de adotar um pensamento tolerante, que promova a inclusão de todos, sem importar suas características físicas. Ademais, Parâmetros Curriculares Nacionais poderiam incluir ao longo do ensino seriado disciplinas relacionadas à formação humanística, adequadas a cada faixa etária, proporcionando condições para um crescimento ético eficaz.