Enviada em: 23/07/2018

Tanto o desemprego quanto as relações trabalhistas no Brasil são preocupações pertinentes, já que em 2018 faltou emprego para cerca de 27 milhões de brasileiros, além da ocorrência de alterações nas leis trabalhistas, reduzindo os direitos daqueles que conseguiram emprego. Nesse cenário, convém analisar o debate do desemprego e das relações trabalhistas, bem como ações sociais para solucionar as questões que estão em pauta.   O sociólogo e cientista político Emir Sader fala da falta de dignidade que há no caso do desempregado, cujos valores não são reconhecidos pelo mercado de trabalho, já que não lhe é concedido sequer um emprego remunerado pela baixa quantia de um salário mínimo. A reflexão do sociólogo permite explicar o por quê de números tão altos de trabalhadores informais, que ao não terem o emprego formal, recorrem ao trabalho sem carteira assinada e portanto, sem direitos, muitas vezes até sendo submetidos a situações precárias de trabalho.  Em meio a esse contexto, as relações de trabalho, através da reforma trabalhista, tem sido modificadas. Alterações na jornada de trabalho e o trabalho intermitente são discutidas.   Se por um lado as reformas possam proporcionar a live iniciativa, devido ao próprio desemprego, as medidas podem corroborar um retrocesso que lembra, ainda que em menores proporções, os tempos de Revolução Industrial, quando as condições de trabalho eram aceitas pelo trabalhador por necessidade, e não por um acordo empregador-empregado, da mesma maneira que tem ocorrido com os trabalhadores atuais, seja no trabalho informal, seja no trabalho formal após a reforma.   Dentro disso, o governo federal deve incentivar os sindicatos, para que os direitos dos trabalhadores sejam resgatados, além do aprimoramento da reforma trabalhista, dando opções que permitam que os trabalhadores realmente participem da decisão das condições de trabalho, e não as aceitem apenas por necessidade.