Pierre Nora, historiador francês, ao afirmar que "vivemos num mundo acelerado" elabora a ideia de que a as transformações sociais estão em processo constante. Contudo, em um mundo marcado pelas cicatrizes da escravidão e exploração do trabalho humano, é visível ainda, a estagnação sociocultural presente em aspectos como péssimas condições de trabalho e altos índices de desemprego que são recorrentes no século XXI. Em primeira análise, é necessário pautar que a abolição da escravatura no papel não foi suficiente para dar fim às relações de exploração, vistas até hoje em ofícios como "boias-frias", nas lavouras de cana-de-açúcar no Brasil. Apontado por Karl Marx em "materialismo histórico", o desenvolvimento do capitalismo favorece cada vez mais vínculos de abuso através de uma ideologia dominante. Dessa forma, opções alternativas como o trabalho informal têm ganhado força na sociedade, uma vez que a burocracia extrema e a dificuldade de acesso ao emprego formal vêm marcando tal cenário. Além disso o desemprego crescente tem se tornado cada vez mais comum, com constantes crises e desigualdades numa escala global. Devido à revolução técnico-científica e seu constante avanço, é progressiva a exigência quanto à qualificação da mão de obra, a qual muitas vezes contraditoriamente não está inserida num contexto de educação aprimorado para tal condição imposta. Ademais, a tentativa gradual de minimizar custos com trabalhadores e o baixo incentivo à inserção destes no mercado de trabalho colaboram para esse quadro de instabilidade social, depreciando consideravelmente a qualidade de vida dos indivíduos. É imprescindível, portanto, atentar-se a esse aspecto cultural de presente desemprego e instabilidade trabalhista, que por sua vez carece de melhorias. Para tal, o setor privado e o Governo devem, respectivamente, atuar na geração de emprego e melhorias nas condições do mesmo, através do incentivo a investimentos de empresas como oferecimento de bolsas em cursos de qualificação individual. Outra medida pertinente seria a investigação de irregularidades em serviços por Procuradores da Justiça, contribuindo desta forma para confirmar a tese do Pierre Nora em todos os aspectos.