Enviada em: 22/07/2018

Com o advento da Terceira Revolução Industrial, houve, no mundo contemporâneo, uma série de alterações significativas nos campos da ciência e tecnologia que refletem diretamente no mercado de trabalho. Ao analisar as relações trabalhistas no século XXI, no Brasil, pode-se notar um aumento no número de desempregados aliado a um número crescente de trabalhadores informais em todo o país. Nesse contexto, deve-se analisar como a tecnologia e políticas econômicas atuam na problemática em questão.         A priori, deve-se discutir como a  tecnologia exerce papel fundamental na questão. A globalização econômica, que ganhou força a partir do final da década de 1970, torna-se responsável pela competitividade de empresas multinacionais por mercados de consumo, ocasionando, o surgimento de novas tecnologias voltadas principalmente para a produção industrial. A inserção dessa modalidade de produção, trouxe para o mercado de trabalho, a substituição da mão de obra humana pela maquinização e informatização de diversos setores da economia, causando, assim, o desemprego estrutural. Conforme dados da OMC, no Brasil, cerca de 80% das perdas de postos de trabalho estão ligadas à inovação tenológica.     A posteriori, deve-se analisar como fatores econômicos atuam sobre a problemática. O neoliberalismo, política marcada pela diminuição da atuação do Estado na economia, tem como uma de suas características a flexibilização das relações de trabalho, marcada, por exemplo, pela terceirização dos setores de produção e aumento da carga horária. Diante disso, a insatisfação de trabalhadores com as novas condições de trabalho tem ocasionado a busca por novas modalidades laborais. Surge então o trabalho informal como possibilidade. Marcado pela flexibilização de horário e aumentos nos ganhos, o mercado informal, segundo o IBGE, soma mais de 34% das ocupações em todo o Brasil.        Torna-se evidente, portanto, que tanto a tecnologia quanto fatores econômicos atuam sobre o desemprego e relações de trabalho na contemporaneidade. Nesse contexto, cabe ao Governo Federal, por meio do Ministério da Educação, a criação de escolas técnicas, visando maior qualificação profissional da população e, consequentemente, estimulando a inserção e estabilização no mercado de trabalho. Cabe à sociedade civil, por meio de manifestações populares e representação política, a busca pela manutenção dos direitos trabalhistas, visando, dessa forma, maior estabilização e qualidade laboral.