Enviada em: 22/02/2019

Brás Cubas, o defunto-autor de Machado de Assis, se vangloria em suas "Memórias Póstumas" por ter tido uma vida parasitária, sem trabalho. Em contrapartida, o homem hodierno tem lutado para manter uma relação de mutualismo com o mercado de trabalho. Dessa forma, podemos analisar o aumento do trabalho informal e a queda do trabalho formal, frutos do avanço da globalização.    Mormente, ao afirmar que a globalização trouxe a tecnologia de informação para o século XXI, percebe-se que o uso da internet e de multimídias aumentou a quantidade de profissionais que trabalham no ramo informal, dadas as vantagens que lhe são garantidas. Cabe mencionar a crescença dos influenciadores digitais nos últimos anos, que atuam em qualquer ambiente, não têm gastos com transporte e alimentação e ainda são subordinados a si mesmos.       Segundo Karl Marx, o trabalho é a atividade pela qual o ser humano produz a própria existência. Partindo desse pressuposto, nota-se que com a queda do trabalho formal, efeito da globalização que vem substituindo funcionários pela robótica, a taxa de desemprego aumentou em diversas partes do mundo. No Brasil, esse número gira em torno de 13%, com uma média de 13 milhões de inativos, o que interfere na manutenção da sociedade, visto que por meio do trabalho se produz os meios para manter-se vivo.     Sendo assim, é indispensável a adoção de medidas capazes de assegurar a qualificação do indivíduo frente ao ramo de serviços. Desse modo, cabe ao Ministério da Educação em parceria com os segundo e terceiro setores a criação de um programa de convivência no mercado de trabalho inerente com a grade escolar, com a ministração de palestras, visitas a espaços laborais de diferentes ramos como marketing, saúde, militar, entre outros a fim de incentivar a população à capacidade profissional tanto na esfera formal, quanto na informal. Assim, poder-se-á transformar o Brasil em um país preparado para atender as demandas da globalização, não exaltando o ócio, como Brás Cubas o fez.