Enviada em: 21/03/2019

A Constituição Federal de 1988 resguarda em seus postulados, a proteção do meio ambiente por parte do poder público conjuntamente com a coletividade. Não obstante, a prática do consumismo está atingindo níveis, consideravelmente, elevados nos últimos anos, o que resulta em uma série de consequências sem precedentes para a natureza. Sob esse aspecto, convêm analisarmos as causas, reflexos e possíveis soluções para essa problemática no Brasil.      Relativo à incessante busca por comprar cada vez mais e mais, um ilustre pensador, Zygmunt Bauman, afirma que as sociedades contemporâneas buscam a felicidade e dignidade por mediação do mercado. De certo, o ato de consumir não ocorre apenas por uma necessidade que o indivíduo possui e precisa suprir-la, mas também por um desejo de possuir algo, seja por status ou inclusão social ou como uma forma de adaptação as novidades que aparecem no corpo social, circunstâncias que são confirmadas de acordo com uma pesquisa divulgada no site G1, na qual afirma que 76% da população brasileira não executam um consumo consciente. Nesse contexto, é inadmissível que a falta de conhecimento das repercussões desse contratempo, resulte no consumismo desenfreado.    Convém lembrar, ainda, que a biosfera é a vítima primordial desse fenômeno atual, uma vez que há um gasto desmesurado dos recursos naturais, somado a quantidade desproporcional de lixo que é descartado diariamente. Destarte, a natureza não possui tempo suficiente de atender a demanda que a nação exige, ao passo que os resíduos eliminados, muitas das vezes de forma incorreta, podem acarretar na contaminação dos lençóis freáticos, poluição de rios e mares afetando diretamente os ecossistemas aquáticos ou até mesmo causar enchentes nas zonas urbanas. Em vista disso, é inaceitável que condutas insustentáveis sejam preponderantes para a ocorrência de tantos impactos ambientais.     Portanto, indubitavelmente, medidas são necessárias para atenuar esse problema. Para isso, as autoridades governamentais devem educar o seu povo para o hábito do consumo racional, por meio da realização de programas nos meios de comunicação, como debates, apresentação de dados e fatos recorrentes que são sequelas desse transtorno ou até mesmo entrevistas com especialistas, com o intuito básico de construir o senso crítico individual. Espera-se, com isso, que a preservação do ambiente seja efetivada constitucionalmente e que haja uma mudança do comportamental do cidadão que se contraponha a afirmação de Bauman.