Enviada em: 16/06/2018

O espírito da unidade caminha livremente entre os brasileiros durante a Copa do Mundo com a certeza do êxito. Não exatamente por prerrogativa própria dele, mas porque é nessa época de festividades que o abismo entre classes deixa de existir visto que todos almejam algo em comum: a vitória. Com efeito, é válida a utilização do esporte como ferramenta de inclusão social a partir da adoção de medidas pelo Estado e pela nação.    Ressalta-se, a princípio, a questão do individualismo, temática criticada por Bauman em sua obra "Modernidade Líquida". No livro, o sociólogo argumenta que a indiferença da população frente às mazelas sociais é uma característica impregnada ao mundo pós-moderno. Nesse âmbito, observa-se que a atual configuração social brasileira, isto é, a enorme distância entre grupos socioeconomicamente distintos, é fator primordial que tende a corroborar com o individualismo, gerando consequentemente a exclusão dos menos favorecidos. Destarte, o incentivo à prática esportiva conjunta entre diferentes segmentos sociais, é uma maneira de motivar a socialização.   Outrossim, salienta-se que a sociologia Durkheimiana disserta que o determinismo é muito influenciado pelo fato social. Partindo de tal premissa, é valida a aplicação da prática de esportes para a retirada de indivíduos de zonas de risco (áreas com alto índice de criminalidade e tráfico de drogas), haja vista que mais do que o preparo físico, os esportes também transmitem valores éticos, além de colaborar para o crescimento moral. Dessa forma, atividades físicas são importantes para a formação cidadã das pessoas.    Torna-se evidente, portanto, que o esporte é a ferramenta inicial para o processo de inclusão. Nesse sentido, cabe ao Ministério da Educação incentivar a prática esportiva nas escolas onde essas atividades são ausentes ou mínimas, o que deve ser feito através da aplicação efetiva de verbas em infraestruturas inerentes a tais exercícios, como bolas e quadras, a fim de que ocorra a interação entre os grupos de alunos. As famílias, por sua vez, precisam atuar na educação de seus filhos por meio da transmissão de valores áureos, como o respeito e acolhimento do próximo, de modo que a prática da inclusão comece logo na infância. Por fim, analisa-se que é sonhado um Brasil onde os valores e a identidade do povo superam suas divergências, e isso só será possível com a promoção de pequenas atitudes no presente.