Enviada em: 08/08/2018

É incontrovertível que o esporte exerce um papel crucial na sociedade. Com a criação dos jogos olímpicos, na Grécia Antiga, é possível perceber a grande valorização das práticas esportivas pelas civilizações antigas. Contudo, hodiernamente, embora o esporte possua um caráter socializador, ele ainda é alvo de insuficiências governamentais, o que concomitante a isso agrava o quadro das desigualdades sociais no Brasil.      Primordialmente, é válido inferir que o descaso do poder público dificulta o processo de inclusão. Sob esse viés, convém destacar que muitos indivíduos em estado de vulnerabilidade socioeconômica veem no esporte a oportunidade de ascender socialmente. No entanto, a posição desabonada do Estado dificulta esse processo, principalmente pela ausência assistencial e inexistência de investimentos infraestruturais que auxiliariam na manutenção das desigualdades sociais. Um exemplo do poder transformador do esporte é a atleta carioca Rafaela Silva, medalha de ouro em judô nas olimpíadas de 2016, que contrariou a lógica determinista e conseguiu ascender socialmente em meio ao cenário de criminalidade e violência ao qual estava inserida.      Ademais, convém ressaltar que o esporte é um mecanismo de transformação social em grande escala. À guisa do autor inglês George Orwell, "O esporte é uma guerra sem armas". Analogamente, é impreterível salientar que impasses como a criminalidade e violência nos centros urbanos podem ser combatidos de forma efetiva com a implantação de práticas esportivas no cotidiano de jovens brasileiros. Segundo dados do blog jornalístico G1, os gastos com penitenciárias são 10 vezes maior do que com o esporte. Outrossim, os valores de coletividade, competitividade e relação com diferentes ideários propiciados pela prática de atividades físicas oferecem mudanças na mentalidade dos jovens, formando indivíduos íntegros e saudáveis no corpo social.       Portanto, torna-se clarividente a necessidade de mudanças na conjuntura fatual. O Ministério dos Esportes em parceria com ONG's esportivas devem inserir atividades físicas no cotidiano das comunidades carentes do Brasil para que, dessa forma, o espírito esportivo seja inserido e objetive a socialização das crianças e descobrimento de jovens talentos. Tais medidas também promoveriam a instalação de acadêmias ao ar livre e quadras esportivas com um educador especializado para orientar os indivíduos. Não obstante, as escolas do país devem inserir aulas obrigatórias de educação física duas vezes na semana com o fito de estimular o gosto e conhecimento do esporte desde a tenra idade. Dessa forma, a inclusão social seria possível a longo prazo e mais casos como o de Rafaela Silva seriam existentes no Brasil.