Enviada em: 26/07/2018

Historicamente, a Grécia Antiga – berço da civilização do mundo ocidental – foi um importante instrumento de valorização ao esporte, sendo, inclusive, a responsável por incluir, socialmente, diversos indivíduos por meio de tal atividade. Paralelamente, na contemporaneidade, observa-se que a prática desportiva não funciona, diferentemente da Grécia, como um mecanismo efetivo de inserção social. Nesse contexto, a problemática representa um cenário desafiador no território nacional, seja pela insuficiência de leis, seja pela lenta mudança de pensamento social.       Em primeiro plano, Zygmunt Bauman afirma que, na era pós-moderna, algumas instituições configuram-se como ‘’zumbis’’, uma vez que estas perderam suas respectivas funções sociais, todavia, tentam manter-se a qualquer custo. De maneira análoga à metáfora do sociólogo, cabe destacar que, apesar de a Carta Magna de 1988 prever o incentivo às práticas esportivas formais e não-formais, esse princípio não é efetuado, decerto. Tal fato justifica-se pelos baixos investimentos na construção de centros desportivos e do estímulo à atletas e, sob tal ótica, a escassez de recursos destinados a esse setor reflete-se na vulnerabilidade social de diversos cidadãos, sobretudo os das camadas mais baixas, tornando-os, desse modo, suscetíveis à entrada no universo da criminalidade.            De outra parte, Émile Durkheim atesta que o fato social caracteriza-se por uma maneira coletiva de agir e pensar, suscetível de exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior. Partindo desse pressuposto, é possível observar que o desprestígio ao esporte brasileiro advém de uma linha de pensamento na qual alega que o desporto é uma atividade ineficiente, utópica e, por vezes, destinada a pessoas ociosas, colaborando, assim, para a continuidade do preconceito para com tal atividade, uma vez que, se uma criança convive em um ambiente no qual desmereça o esporte, esse infante tende a repetir e adotar a mesma postura – fato comum, no tocante à desvalorização do esporte, no Brasil. Por conseguinte, tal fato acaba por coibir com o desmérito do desporto como instrumento de inclusão social.        Destarte, a desvalorização ao esporte, no território brasileiro, configura-se como um grave obstáculo social e, sendo assim, medidas são imperativas a fim de mitigar a questão. Nesse sentido, cabe ao Ministério do Esporte, em parceria com as prefeituras, elaborar ações que promovam a inserção dos jovens dentro do contexto desportivo, por meio da ampliação de ginásios e centros atléticos nos munícipios, com o fito de expandir as oportunidades oferecidas a tais indivíduos e, quiçá, sob esse viés, funcionar como um efetivo mecanismo de estímulo ao desporto e, subsequentemente, à inclusão social. Dessa forma, poder-se-á ter a consolidação do esporte como uma ferramenta de inserção coletiva, assim como ocorria na Grécia Antiga.