Enviada em: 01/07/2017

"O homem é um animal político", com tal assertiva Aristóteles enunciou a necessidade do ser humano em viver juntamente a outros. Assim sendo, por se estabelecer como uma instituição secular, o esporte configura um pilar da sociedade, tendo papel determinante na inclusão de indivíduos. Imerso nesse espectro, o Brasil diante suas problemáticas detém o esporte como corretor de desvios sociais, elegendo imprescindível a fomentação desse para edificação de um país igualitário.     Desde a Grécia Antiga, com as famosas olimpíadas, vê-se o esporte como ferramenta de aproximação de povos distintos. Nesse ínterim, observando a heterogeneidade da população brasileira com diferenças bruscas em classes socioeconômicas e etnias, a prática esportiva detém valor singular para associar, num mesmo foco, vários extremos, cumprindo ofício de combate a intolerância e preconceitos, como é visto nas Olimpíadas Paraolímpicas, em que atletas com deficiência física, perfil habitualmente desprezado, ganham notoriedade global.    Entendendo o esporte como fato social, o qual foi determinado por Durkheim como motor das ações individuais, destaca-se sua influência na construção moral, haja vista que, ressalta preceitos como determinação e cooperação. Cabe ainda pontuar que, caracterizando como demasiada a desigualdade social, no Brasil, o esporte desenvolvido em projetos sociais com cunho de incorporar jovens e crianças carentes, muda a perspectiva de vida de seus participantes e ainda possibilita ascensão social, seja pelo talento esportivo ou por alastrar expectativa de educação e formação acadêmica.   Embora denota-se comprovado o proveito do esporte para a sociedade, vislumbra-se, no Brasil, ínfima participação deste na vida dos cidadãos. A priori, de acordo com o IBGE, 100 milhões de brasileiros acima de 15 não praticam tal, estatística derivada de prerrogativas intrínsecas populacionais, bem como negligência governamental. Esta, por sua vez, é examinada na supressão de investimentos a projetos sociais e corporações esportivas, além da ausência de sólidos exercícios físicos na educação básica escolar.    Assim, vê-se, urgência de remodelar o paradigma esportivo brasileiro, tendo em vista o potencial que este detém para consumação de uma sociedade inclusiva. Ao encontro de tal meta, compete ao Estado expandir a notabilidade do esporte, através de incentivo e amparo a atletas e programas que visem estimular essa atividade. Ademais, é viável parceria entre os ministérios de educação e esporte, a fim  de instituir efetivas ações esportivas nas escolas do país. Outrossim, agentes sociais, como ONG´s e mídia, tem a responsabilidade de fomentar o esporte, bem como a criação de planos que o promovam extensivamente, aflorando aos indivíduos os valores que tal institui.