Enviada em: 03/08/2017

Segundo o sociólogo Émile Durkheim, a sociedade pode ser comparada a um corpo biológico, por ser, assim como esse, composta por partes que interagem entre si. Sob essa óptica, a coesão e a igualdade figuram como elementos imprescindíveis para atingir a convivência coletiva harmoniosa. Sendo assim, o esporte configura-se como uma importante via para a consolidação de tais objetivos no Brasil. Isso se evidencia pelo seu papel na promoção da inclusão social, seja ao implementar bons hábitos ou trazer novas perspectivas para grupos marginalizados.       A princípio, destaca-se que determinadas características dos jogos competitivos, como as regras, as estratégias e a convivência com ideologias divergentes, contribuem para a formação de valores éticos. Dessa forma, os indivíduos apresentados a essas práticas desde a infância tendem a lidar de maneira mais natural com situações de perdas e ganhos e a exercer a alteridade. Afinal, de acordo com o iluminista Rousseau, o ser humano é um produto do ambiente em que vive. Todavia, a aplicação desse instrumento no processo de aprendizado ainda é insuficiente e exige mais atenção.       Outrossim, tais atividades representam uma ferramenta para a inserção de minorias ao possibilitar novas oportunidades tanto no que tange à ocupação e ao desenvolvimento pessoal quanto à ascensão social. Isso se exemplifica pela criação de um conjunto de modalidades, após a Segunda Guerra Mundial, a fim de inserir e proporcionar afazeres e momentos de lazer aos feridos no conflito. Paralelamente, muitos atletas, profissionais ou não, saíram de condições de pobreza e violência por intermédio da dedicação à essa área.      Cabe, portanto, ao Ministério da Educação tornar o atletismo uma matéria obrigatória, além de auxiliar, financeiramente, as escolas na construção de quadras multiuso. Os colégios, por sua vez, poderiam organizar campeonatos interescolares. A partir dessas medidas, as vantagens dos exercícios físicos seriam aproveitadas com mais eficiência. Ademais, ONG's, em parceria com o Ministério do Esporte, poderiam fundar clubes esportivos com foco, sobretudo, nas comunidades carentes e nas pessoas com deficiência. Com isso, ao oferecer treinamentos gratuitos com equipamentos e profissionais qualificados, seria viável garantir uma nação mais equilibrada e igualitária.