Enviada em: 30/08/2017

Falar de Rafaela Silva, judoca, carioca e negra, é falar da dona do primeiro ouro brasileiro conquistado nas olimpíadas do Rio. Rafaela, nascida na Cidade de Deus, cresceu e viveu seu início de vida em meio à pobreza, marginalidade e diversas dificuldades. A judoca, além de sinônimo de inclusão, tornou-se mais um dos grandes exemplos de superação por meio do esporte. Por conseguinte, não se pode esquecer da forma desmedida com que a criminalidade cresce no Brasil e que é ainda mais grave em regiões mais pobres, onde, crianças e jovens crescem sem estímulos, sem acesso e até mesmo privados das fontes de educação e esporte, o que os torna reféns da covarde realidade que a desigualdade traz.       Contudo, o problema está longe de ser resolvido e, dados do G1 - Site da Globo -, são provas disso ao dizer que 2,5 milhões de crianças e adolescentes estão fora da escola e, infelizmente, quem está fora são os mais "vulneráveis". Vale pontuar que, a origem do problema vem de dentro da própria casa quando os pais obrigam o filho a trabalhar para ajudar nas despesas, o que faz com que essa criança/adolescente abandone precocemente os estudos. A escola, além de ser uma forma de crescimento pessoal, acadêmico e futuramente profissional, ela insere o aluno em atividades como a Educação Física que, quando bem estimulada, é um grande passo para a inclusão ao meio esportivo.       Em segundo lugar, as regiões mais carentes de uma cidade são as comunidades, entretanto, são os lugares que menos recebem o olhar do Governo e do próprio município. Além do mais, além das comunidades contarem com a carência financeira, diversas são as suas deficiências, sendo algumas delas a falta de iluminação pública, baixa segurança, áreas de lazer precárias e escolas sem objetos de aprendizagem, como quadras esportivas em boas condições, bolas e jogos. Platão já dizia: "O importante não é viver, mas viver bem.", portanto, todos merecem viver com qualidade e acesso, e essa situação deve ser amenizada efetivamente, a fim de afastar essas crianças e jovens da marginalidade.      Promover ações articuladas, tanto no âmbito governamental, quanto junto ao município, é o caminho a ser trilhado em busca de soluções. Faz-se necessário que o Governo, juntamente ao Conselho Tutelar e as escolas do município, apliquem uma política educacional que obrigue e fiscalize a frequência escolar das crianças e adolescentes. Ademais, o Governo deve conceder uma maior verba aos municípios para investimentos públicos, como melhorias na iluminação pública, mais policiamento que garanta o aumento da segurança e áreas de lazer. Os investimentos também devem incidir nas escolas, propondo quadras esportivas bem estruturadas, objetos esportivos e jogos, a fim de incentivar e estimular os alunos à prática do esporte, pois, a sociedade não deve permanecer de modo que os mais "vulneráveis" sejam excluídos como no Darwinismo Social, mas sim, serem exemplos de superação e inclusão.