Enviada em: 29/09/2017

Não há dúvidas da expressiva capacidade do esporte de quebrar barreiras e incluir socialmente os indivíduos das mais diversas civilizações e épocas. No Brasil, em especial, a cultura esportiva é consideravelmente miscigenada e devido a sua ampla adesão, possui alto poder de executar seu fim social entre os brasileiros, o que exige que tal cultura seja mais bem aparada por financiamentos efetivos e leis aplicáveis que maximizam sua ação comunitária.         A subida de Jesse Owens, atleta norte-americano, ao pódio de medalhista olímpico, em uma época conturbada no cenário mundial mostra o poder do esporte, como linguagem universal, de quebrar barreiras. Essa mesma linguagem, que transformou a realidade social de muitos atletas brasileiros, como a lutadora Rafaela Silva, é imprescindível nas sociedades, já que promove dois pilares importantes: a socialização e a formação ética dos indivíduos, através de valores como a coletividade.       Entretanto, vê-se que, frente à sua devida importância, o incentivo do Estado ao esporte por investimentos públicos é deficitário, já que este ainda conta com problemas de gestão, como as obras superfaturadas ou inacabadas. Tal déficit provoca sérios prejuízos sociais e exige do Governo a adoção de políticas de financiamento efetivas, como as CIEPs, idealizadas pelo político Brizola, e o apoio à ONGs e associações que incentivem o esporte na sociedade.           Ademais, as leis de incentivo ao esporte, como a 11.438/2006, são fundamentais para consolidar a cultura esportiva nas comunidades brasileiras. Estímulos ao financiamento de atletas, aumento das áreas esportivas por cidade e maior inclusão dos assuntos relacionados à prática esportiva na educação são pautas que podem gerar leis efetivas para esse fim. Segundo uma pesquisa do projeto Segundo Tempo, uma criança esportista custa dez vezes menos ao Estado que um presidiário.            Diante do exposto, conclui-se que ações que incentivem a prática esportiva devem ser tomadas. O Ministério do Esporte deve garantir a criação de centros poliesportivos nas cidades brasileiras, em quantidade proporcional ao número de habitantes por região, incluindo também atividades para portadores de necessidades especiais. Deve o Ministério da Educação assegurar que o esporte seja tratado nas mais diversas áreas do conhecimento nas escolas e universidades e incentivar o ensino integral nas escolas, sendo um turno dedicado ao aperfeiçoamento esportivo. As universidades públicas e privadas devem se unir e incentivar os graduandos em Educação Física a criar projetos que levem o esporte acessível às suas respectivas comunidades. Por fim, devem os veículos comunicativos abrir espaço para a divulgação de projetos sociais esportivos, a fim de ampliar seus alcances. Dessa forma será possível maximizar o poder inclusivo do esporte no Brasil.