Enviada em: 03/10/2017

Ao descortinar o século XX, a Guerra Fria, marcada pela bipolarização ideológica mundial, foi crucial para desencadear a corrida esportiva entre as potências, que buscavam a hegemonia internacional. Com o viés democrático e a Nova Ordem Mundial, manteve-se a preponderância cultural do futebol e, progressivamente, o esporte posicionou-se como uma ferramenta de inclusão social. No entanto, a manutenção das fragilidades estruturais no Brasil configura-se como um problema para a consolidação desse processo.             Em primeira análise, é válido ressaltar o poder de integração ostentado pelo esporte. A esse respeito, relaciona-se a promoção do desenvolvimento e do bem estar da população, ao considerar os benefícios da prática de exercícios físicos para a saúde física e mental. Soma-se a isso, a atuação dos projetos nas regiões carentes, em que a inserção dos jovens contribui para a mitigação da evasão escolar e, muitas vezes, reverte casos de marginalização. Em corolário a isso, estabelece-se uma relação direta com a elevação da qualidade de vida, com o aumento das oportunidades da população e, paulatinamente, ameniza-se as disparidades refletidas pela segregação socioespacial.                 Na esteira do processo de inclusão social por meio do esporte, alude-se às condições hostis dos locais reservados para a prática. Isso porque, segundo dados do IBGE, cerca de 30% das escolas brasileiras não possuem quadras, campos, ferramentas adequadas e professores suficientes para os treinos diários. Isso se constata em uma realidade de limitadas modalidades, em que grande parcela dos patrocínios e investimentos privados e governamentais direcionam-se para as escolas de futebol. Destarte, ocorre a sustentação de empecilhos para o desenvolvimento amplo dos módulos do esporte, afastando o país da conquista de medalhas a nível das grandes potências nas competições mundiais.            Torna-se evidente, portanto, as dificuldades para a afirmação do esporte como ferramenta de inclusão social. Sendo assim, é primordial que as responsabilidades sejam compartilhadas entre o Poder Público, as escolas e a mídia social. O governo deve traçar planos para a criação de centros de esportes com categorias especializadas, bem como orientar políticas públicas que realizem a otimização das estruturas existentes, garantindo a participação dos jovens e dos deficientes físicos na composição de times e preparação para campeonatos. Cabe às escolas o incentivo à prática de esportes por meio da elaboração de gincanas, copas e campeonatos interescolares. A mídia precisa utilizar o engajamento ficcional nas novelas e adotar propagandas educativas de valorização do esporte pela população. A articulação dessa pluralidade é impreterível para a consolidação da integração social no Brasil.