Enviada em: 18/10/2017

Ao esporte, está reservado lugar de destaque no processo educacional como adjunto na formação ético/profissional/psicológica do cidadão. As olimpíadas, no Rio de Janeiro, e a copa do mundo de futebol, no Brasil, devem ser vistas como oportunidades para alavancar esse processo.    Conhecemos, sobejamente,  as contribuições das práticas esportivas na formação do ser humano: disciplina, determinação, persistência, socialização. Nesse sentido, ele (o esporte) é fator determinante no processo de inclusão social, principalmente, quando nos referimos às comunidades com baixa renda que, por esse mesmo motivo, possuem jovens em situação de risco (poucas oportunidades, contato com tráfico de drogas etc.). Além da inclusão, necessária ao processo de justiça social, pesquisas indicam que há vantagens econômicas para a sociedade, para cada adolescente em prática esportiva, temos valor equivalente ao gasto com dez presos em penitenciárias. Nesse sentido, são relevantes as palavras do atleta Ezequias - único brasileiro a conquistar três medalhas em uma mesma edição das olimpíadas- " O grande valor dessa medalha é que ela veio de programas sociais".    Mas, apesar dos resultados positivos, pós copa do mundo e olimpíadas, como: estrutura deixada, emoções vivenciadas, que funcionam como molas propulsoras à prática de esportes e apoio da iniciativa privada, muito falta ainda para a consolidação desses resultados. Vemos que, não temos um planejamento de investimentos do setor público a longo prazo e uma política clara de incentivos para conquistar o apoio de empresas  em favor da educação e do esporte.   Posto isso, percebemos o quanto temos ainda que caminhar: colégios com educação em tempo integral e com boa estrutura para o desenvolvimento esportivo, professores qualificados para  aprimorar a qualidade técnica dos alunos; apoio psicológico, indispensável em uma realidade injusta de distribuição de renda e de preconceitos sociais, para citar alguns. São investimentos viáveis economicamente e o caminho mais curto para solidificar uma nova e melhor realidade.   Desse modo, não somente abrimos espaço para o surgimento de novos atletas com potencial para disputas em nível internacional, mas criamos atletas sociais, os quais se transformarão em multiplicadores de um, possível, novo caminho. Assim, podemos acreditar nessa "realidade" mais justa.