Enviada em: 31/10/2017

Na Grécia Antiga, a prática dos esportes durante as Olimpíadas era encarado como meio de exercício da cidadania e de valorização da saúde e do corpo saudável, esses eventos também promoviam a harmonia entre as cidades-estado, deixando de lado os conflitos. No contexto brasileiro, há um grande potencial de atletas e de inclusão social pela via esportiva, porém, ele é extremamente subutilizado, visto que faltam investimentos nos atletas e incentivos na realização de esportes de modo cotidiano pela população. Assim, convém analisar a temática do esporte como meio de inclusão social.   Em primeiro plano, é importante ressaltar que o esporte mantém relação direta com a diminuição da desigualdade social e com o desenvolvimento do país. Isso se exemplifica pela história da medalhista brasileira nas Olimpíadas do Rio Rafaela Silva, que cresceu na comunidade "Cidade de Deus" no Rio de Janeiro e que, por intermédio do judô e do apoio do programa esportivo das Forças Armadas conseguiu se destacar como atleta em vez de fazer parte do crime na favela, como ocorre com muitos jovens. Dessa forma, é notório que essa atividade é decisiva para a transformação social e para a fuga do determinismo social, já que o indivíduo pode mudar sua própria realidade.   No entanto, no que tange à inclusão social, o esporte no Brasil ainda é negligenciado ao ser considerado, majoritariamente, como prática voltada unicamente para o lazer. Isso é exemplificado nas escolas brasileiras, em que nas aulas de Educação Física não se preocupam em desenvolver talentos esportivos ou formar atletas, logo não é dada a devida importância ao esporte. Outrossim, outro imbróglio que existe no Brasil é a carência de escolas voltadas somente para as práticas esportivas, principalmente, nas periferias, e de patrocínios para que os atletas cheguem em grandes competições, por exemplo, dado que essa formação de alta performance exige grandes gastos com profissionais da saúde e em equipamentos.    É evidente, portanto a necessidade de medidas que combatam o impasse. Cabe ao Ministério do Esporte, a criação de programas sociais que incluam a existência de ginásios esportivos, a contratação de profissionais e a formação de futuros atletas a fim de utilizar o esporte como ferramenta de mudança social e como veículo redutor da violência. Cabe às escolas em parceria com as famílias, por sua vez, estimular a prática de esportes em crianças e jovens, promovendo palestras e campanhas educativas que revelem o poder dessa atividade não só como meio de diversão, mas também como dispositivo de desenvolvimento individual e social. Por último, é valoroso que marcas de roupas esportivas, por exemplo, patrocinem, cada vez mais, os atletas do Brasil para que esses não sejam desmotivados.