Enviada em: 06/08/2019

A rotina pesada e a correria do dia-a-dia fazem com que o brasileiro não se alimente de forma adequada. A necessidade de se alimentar rapidamente estimula o consumo de alimentos sem tanto valor nutritivo como fastfoods, comidas instantâneas e ultra processados. Esses últimos, segundo o cientista e médico Carlos Monteiro, são composições químicas que imitam alimentos. Eles são atrativos e baratos e por isso seu consumo está cada vez mais presente principalmente entre adultos e crianças no país tupiniquim. A consequência dessa conjuntura é que, segundo a ONU, o Brasil saiu do mapa da fome e está entrando no mapa da obesidade. Portanto, mudar essa conjuntura é essencial para o bem-estar do cidadão brasileiro.    Na década de 80 o consumo de cigarro era estimulado por propagandas na televisão. Mesmo sabendo que as matérias químicas que faziam parte da composição do cigarro eram nocivas ao ser humano, as indústrias do tabaco transformavam o ato de fumar em algo positivo. Só foi a partir da virada do século que os efeitos nocivos do cigarro passaram a ser evidenciados, primeiramente na saúde dos fumantes e depois na publicidade. Estima-se que o tabaco matou mais gente que as duas guerras mundiais e por isso a OMS (Organização Mundial da Saúde) determinou que os fabricantes de cigarro alertassem sobre os riscos do consumo do produto na embalagem e proibiu o uso da propaganda que estimulasse a aquisição do produto.       Atualmente, o caminho dos alimentos ultra processados na sociedade brasileira não está tão distante da realidade do tabaco nos anos 80. As indústrias que fabricam esse tipo de alimento estimulam seu consumo através da publicidade e não alertam para os problemas que os mesmos podem causar como obesidade, vicio e consequentemente hipertensão e ansiedade. Os alimentos ultra processados saciam a fome, mas não possuem valor nutritivo e são o principal motivo para o aumento da obesidade no país já que, segundo a Fapesp (Fundação de amparo a pesquisa do estado de São Paulo), correspondem a 25% do que o brasileiro come diariamente.        Em virtude do exposto, cabe a Anvisa determinar que as indústrias de ultra processados alertem sobre o risco do consumo excessivo desses alimentos para a saúde do ser humano. Colocar rótulos nas embalagens, por exemplo, facilitaria a identificação desses produtos pelo consumidor. Além disso, cabe ao poder público e as escolas criar campanhas publicitarias que estimulem o consumo de alimentos saudáveis e nutritivos principalmente entre crianças, e desde a infância, para que assim as futuras gerações tenham hábitos alimentares mais saudáveis.