Enviada em: 21/05/2017

Durante a primeira geração do romantismo brasileiro, o índio era considerado um “herói nacional” visto, assim, de maneira idealizada e europeizado. Apesar de tal caracterização não representar fielmente a figura indígena, esse nativo possuía uma importância nesse contexto histórico. Sendo assim, hoje, essa valorização perdeu-se com o tempo, e esse grupo é ignorado no cenário brasileiro. Dessa maneira, muitos índios sofrem devido à questões territoriais e de preservação de sua cultura.   Em primeira análise, é possível afirmar que o território indígena, apesar de protegido pelo governo brasileiro, sofre muitas invasões ilegais de colonos, garimpeiros e madeireiros. Segundo o IBGE 12,5% da zona brasileira é composta por terras desse povo. Entretanto, devido ao avanço da agropecuária, da construção de rodovias e de hidrelétricas, a vida do índio torna-se cada vez mais complicada. Tal panorama negativo fica evidente no caso do grupo da reserva de Ibirama, em Santa Catarina, que a criação da usina gerou uma série de adversidades para comunidade ali presente, devido à inundação de seu território e a falta de projetos preventivos.     Por outro lado, também existem as comunidades que sofrem por causa da interferência externa em suas culturas, gerando um conjunto de complicações. Nesse sentido, muitos desses indígenas sofrem para resgatarem suas tradições e quando tal objetivo não é alcançado, casos de alcoolismo e suicídio tornam-se presentes. Quando Émile Durkheim afirma que o suicídio anômico é causado pelo afrouxamento dos laços sociais em uma sociedade, aonde o indivíduo não reconhece sua função e utilidade no meio em que está inserido, corrobora a situação atual desse grupo. Dessa maneira, muitos índios optam por essa triste fatalidade ao se verem distantes de seus costumes e liberdade.    Torna-se evidente, portanto, que os indígenas precisam ser respeitados e, suas questões culturais e territoriais resolvidas. Diante disso, é importante que o Poder Legislativo crie leis para inserção dos índios na política, permitindo que participem das discussões nos órgãos governamentais. Outra medida, é que o Poder Executivo crie parâmetros para a garantia de melhores condições de vida, através da maior fiscalização das terras, evitando o uso ilegal do espaço dessa comunidade. Além disso, o Ministério da Cultura deve criar projetos de proteção às suas tradições, a partir de leis que impeçam que outros grupos interfiram na forma de vida dessas pessoas e disponibilize um auxílio psicológico as comunidades que sofrem de suicídio anômico.