Enviada em: 11/05/2017

Na primeira fase do romantismo brasileiro a figura do índio é exaltada como símbolo do nacionalismo emergente após a Independência do país. Contudo, as comunidades indígenas sofreram e ainda sofrem no que tange a valorização e ao respeito de suas culturas e modos de vida. Nesse sentido, devem-se analisar como o contexto histórico-cultural e a inação estatal contribuem para a persistência do problema.        A herança histórico-cultural é a principal responsável pela problemática do índio. Isso decorre do século XVI, devido ao etnocentrismo existente entre os colonizadores, que por consequência, olharam para os nativos de forma preconceituosa, muitas vezes taxando-os de preguiçosos e selvagens. A sociedade, então, por tender a incorporar as ideias de sua época, naturalizou essa visão e passou a reproduzir os preceitos acerca dos indígenas. Hoje, esses preceitos são desenvolvidos durante a vida escolar da criança e do adolescente, que são apresentados à história dos índios de forma corriqueira e generalista.         Além disso, nota-se, ainda, que o poder público também contribui para a estagnação do impasse. Isso porque, embora a Constituição de 1988 tenha assegurado a propriedade de terras, e posteriormente, a FUNAI tenha sido criada para garantir os direitos indígenas, o Estado se omite quanto a demarcação de terras e a fiscalização das propriedades já asseguradas por lei. Por consequência disso, diversos conflitos violentos acontecem devido à cobiça de terras inexploradas para expansão do agronegócio e extrativismo mineral vindo do setor econômico do país.         Portanto, diante do exposto, medidas são necessárias para resolver o impasse. Cabe ao Ministério da Educação tornar obrigatório o ensino sobre a história e cultura indígena nas escolas, pois como ilustrou Nelson Mandela, a educação é o meio mais potente que se pode usar para mudar o mundo. Além disso, em parceria com o ICMBio, a FUNAI deve intensificar as fiscalizações das terras para evitar invasões e conflitos, garantindo os direitos das comunidades que vivem ali. Ademais, cabe ao Congresso Nacional acelerar o processo de votação e homologação para a demarcação das terras indígenas. Assim, a convivência harmoniosa poderá ser alcançada.