Enviada em: 10/05/2017

Durante o movimento do Romantismo no Brasil, muitos artistas idealizavam os índios como heróis, através do enaltecimento da honra e da coragem desses povos. Fora das produções romancistas, os nativos brasileiros sofrem há mais de quatro séculos, não somente através do desrespeito ao seu território como pela desvalorização da sua cultura.  Em primeiro lugar, é válido destacar a música “Índios”, escrita por Renato Russo, a qual retrata a histórica situação de exploração vivida pelos índios. Nesse aspecto, a ideia de progresso, presente tanto durante a colonização brasileira, quanto recentemente na dinâmica capitalista, determinou a expansão das fronteiras agrícolas, sobretudo nas reservas indígenas, para suprir a demanda por consumo do homem branco. Assim, essa situação corrobora o surgimento de disputas territoriais entre os nativos e os grandes produtores, que leva ao extermínio daqueles. Prova disso, são as mortes indígenas causadas pelos conflitos de terras, historicamente ocupadas pelos Guarani Kaiowá, que estão sendo tomadas destes pelo agronegócio, no Mato Grosso do Sul.  Ademais, os índios tiveram uma contribuição significativa para os costumes brasileiros, como na culinária, no idioma e na cura medicinal através das plantas. Porém, como dito pelo ativista Martin Luther King: não se honra a cultura comemorando o genocídio. Nesse sentido, a retirada forçada de grupos indígenas do Museu do Índio pelo Estado do Rio de Janeiro e o consequente abandono do local, demonstram, claramente, o desrespeito à cultura dos nativos que tiveram de se adaptar aos hábitos urbanos, bem como o menosprezo aos valores tradicionais dos primeiros habitantes do Brasil.  Em síntese, medidas são necessárias para proteger esses povos e preservar a sua cultura. Sendo assim, o Ministério da Justiça, com o objetivo de erradicar os conflitos por terras e o extermínio dos índios, deve desenvolver políticas para a demarcação e a preservação das terras indígenas, bem como garantir que as mesmas sejam cumpridas através de fiscalização. Além disso, a UNESCO deve preservar o legado dos nativos por meio da investigação e documentação de seus hábitos e da revitalização de seus patrimônios, com o objetivo de salvaguardar tradições indígenas. Dessa forma, os aborígenes do Brasil não serão valorizados apenas na literatura romancista, e seus direitos serão assegurados.