Enviada em: 12/05/2017

O Brasil possui uma das maiores diversidades culturais do mundo. Isso é exemplificado pela presença de costumes europeus, africanos e indígenas no dia-a-dia da população. No entanto, a cultura dos povos nativos ainda encontra vários desafios para manter-se viva, sobretudo no que se refere a demarcação territorial, algo necessário para a manutenção da identidade desses indivíduos.     Segundo Antonio Gramsci, num processo de hegemonia cultural, grupos que se julgam superiores, impõem seus valores e crenças sobre outros. Esse processo é visto no Brasil desde seu descobrimento, em que os colonizadores viam os nativos como selvagens, conforme revelado na Carta, de Pero Vaz de Caminha. Como resultado, ainda hoje o índio é visto de maneira esteriotipada e sua cultura, pouco valorizada.      Além do mais, com a Revolução Agrícola brasileira, o país acentuou seu caráter agroexportador, tornando-se necessário o uso de mais terras para a produção. Nesse sentido, tem-se o agravamento da questão territorial indígena, uma vez que há o avanço das terras da agricultura sobre as aborígenas. Como intensificador dessa situação, a morosidade da justiça com sua bancada ruralista retarda ainda mais o processo de demarcação dessas terras. Com isso, abre-se espaço para processos ilegais, como a grilagem. Sem território, a cultura indígena pode ser extinta, já que esse recurso é essencial para a manutenção da identidade de um povo.       Diante do apresentado, é imprescindível a mudança no tratamento aos costumes dos nativos. Nesse sentido, deve haver uma parceria entre a mídia e as escolas, para que, por meio de cartilhas informativas e histórias em quadrinhos, possam veicular a importância da preservação da cultura desses e incentivar o respeito à diversidade. Somado a isso, o Governo Federal deve criar um órgão estatal para verificar a veracidade de documentos de posses de terras dos grandes fazendeiros, promovendo a devolução de terras ilegais aos povos indígenas que viviam lá antes. Só assim será possível a manutenção da única cultura originalmente brasileira.