Enviada em: 12/05/2017

Terras, cultura e identidade são apenas alguns dos aspectos básicos do índio brasileiro que são violentados diariamente. Por mais que devessem ser direitos naturais, as atuais conjecturas fazem com que se assemelhem mais com privilégios. Vítimas desde a ascensão do colonialismo, esse grupo tão diverso merece enfoque na atualidade.      A carta de Pero Vaz de Caminha ao rei de Portugal demonstra o caráter etnocêntrico que se perpetua no imaginário coletivo de muitos brasileiros. Ao contrário do que muitos pensam, o índio moderno não é um ser selvagem, ele está inserido na sociedade e dela faz parte. Visão, perpetuada pela coerção social, e que por outros é demasiadamente romantizada apenas alimenta o preconceito.    Ao afirmar que somos todos responsáveis pelo bem que não realizamos, o filosofo iluminista Voltaire corrobora para a ideia de que a alteridade é um efetivo caminho para amenizar mazelas sociais. Quando praticada para com os índios, percebe-se como é imperativa a ação da sociedade civil para preservar o seu legado e ao mesmo tempo garantir que sua inserção social não esbarre no preconceito.    Além da violência cultural alimentada por visões equivocadas, a violência física assola a diversas comunidades indígenas por todo o Brasil. Devido ao potencial de exploração das terras em que vivem alguns povos, são diversos os conflitos em áreas perto da fronteira agrícola ou de interesse de mineradoras. A ganância e ignorância são responsáveis, em alguns casos, pela morte dos que possuem o histórico direito sobre a terra.   Para amenizar esse quadro lamentável, portanto, o MEC, Ministério da Educação deve modificar o currículo escolar e passar a incluir o ensino de tradições e história indígena além da visão eurocêntrica e romantizada passada para as crianças. Somado a isso, a criação de um portal online de denúncias, por parte do Governo Estadual, facilitaria a ação punitiva de mineradoras e fazendeiros que comandem ações de violência contra o índio em áreas em que o estado é pouco presente.