Enviada em: 03/06/2017

Durante o século XIX, a primeira geração do Romantismo, no Brasil, heroificava o índio enaltecendo suas virtudes: honra, coragem e força. Além disso, havia um forte apelo em razão da criação de uma identidade nacional, longe dos padrões europeus. Todavia, com o avanço do capitalismo e o imperialismo de potências industriais, a necessidade de ter acesso às tecnologias do mundo contemporâneo foram tornando-se um princípio básico do cotidiano brasileiro. Embora esses processos tenham atingido em maior parte os conglomerados urbanos, muitos índios têm acompanhado essa evolução e ajudado suas comunidades na luta por direitos civis.       Em primeira análise, um dos principais motivos para a fomentação do debate a respeito da demarcação de reservas indígenas é o agronegócio. Os fazendeiros que já possuem terras antes das atuais demarcações, argumentam que a área destinada aos povos indígenas é desproporcional à população. De acordo com dados do IBGE, as terras pertencentes aos índios equivalem a praticamente todo o sudeste  brasileiro, em razão de uma população inferior a 1 milhão de pessoas. Consoante, existem nativos inseridos na sociedade urbana e que não precisam da terra para práticas de caça, visto que já possuem autonomia e poder de compra nas cidades.       Por outro lado, as reivindicações estão em torno de terras que fazem parte do contexto histórico de formação cultural desses povos, haja vista o relacionamento e a consciência de preservação deles para com a natureza. Ademais, a luta por direitos civis também é prioridade dos líderes e representantes das tribos, junto à Fundação Nacional do Índio ( FUNAI ). Conquistas como a cota para universidades públicas, direito ao voto e o Dia Nacional do Índio, sendo esse último o que contribui significativamente para a preservação e propagação da memória de seus costumes, são apenas algumas delas. Ainda que seja de caráter social, a questão deve ser bem analisada em detrimento de mais conflitos.       Para fim de homeostase, portanto, é preciso medidas para solucionar o impasse. Como a economia brasileira é dependente do agronegócio e atividades análogas, é importante o estudo de novas demarcações com o auxílio do Governo Federal, IBGE, FUNAI e proprietários de terras, a fim de reduzir as reservas em até 30% do território atual e proporcionalizar o uso delas, dividindo-as entre áreas de exploração agroindustrial e reservas indígenas. Além disso, o MEC pode promover programas educacionais, de disciplinas optativas, em parceria com os Governos Estaduais para o estudo de línguas nativas nas escolas públicas, não só visando a manutenção da riqueza cultural, mas também que os indígenas não precisem abandoná-las quando em convívio com a sociedade urbana.