Enviada em: 16/06/2017

Com a chegada dos portugueses ao Brasil, houve um intenso processo de aculturação e genocídio da população indígena. A partir da independência do Brasil em 1822, a literatura romântica buscava, com um viés ufanista, projetar a imagem do índio como o símbolo original da nacionalidade brasileira. No entanto, essa elevação da etnia ficou restrita à literatura. Quando observa-se o contexto contemporâneo, percebe-se a exclusão e o preconceito que os nativos sofrem. Esses fatores relacionam-se com os interesses do "homem branco" de acumular capital e expandir a sua produção.    Primeiramente, é válido discutir a dificuldade de coexistência entre grandes latifundiários e povos indígenas. O Brasil é um país com grande força na produção e exportação de produtos agrícolas. Por esse motivo, a delimitação territorial destinada às aldeias e à subsistência das tribos vai de encontro aos interesses comerciais. Por conta disso, há a ocorrência de invasões de alguns fazendeiros e exploradores ilegais da mata em locais de direito indígena.     Ademais, há o preconceito que está ligado, muitas vezes, à falta de conhecimento. Algumas regiões, como a Sudeste, por conta da maior interação com a cultura europeia, têm a maioria da população composta por pessoas que não conhecem a riqueza cultural das tribos brasileiras. Tal fato, faz elas pensarem no índio como um conjunto homogêneo. Além disso, há aquelas que enxergam essa classe, em uma visão etnocêntrica, como sociedades subdesenvolvidas e inferiores.     Com isso, torna-se claro o enorme abismo entre o tratamento que deveria ser dado a esses povos e  aquele que de fato é aplicado. Portanto, o Poder Executivo deve buscar alterar esse quadro. Para isso, precisa capacitar financeira e politicamente órgãos, como a FUNAI, que visem, em consonância com o Poder Judiciário, demarcar e proteger de invasões as áreas de direito indígena, como estabelecido pela Constituição de 1988. O Ministério da Educação e o Ministério da Cultura, também devem agir. Ambos necessitam implementar, nas escolas, um maior ensino sobre a cultura da população nativa e os conflitos enfrentados por seus descendentes. Para tanto, palestras e debates são importantes. A mídia deve mostrar, por meio de novelas, a importância dos índios nos costumes e na história do Brasil, para que a população entenda a necessidade da preservação cultural das diversas etnias. Dessa forma, os donos iniciais do país estarão mais próximos dos seus direitos.