Enviada em: 26/06/2017

1500. Indígenas versus portugueses. Inferioridade versus superioridade. Passivo versus ativo. A fragmentação dos índios teve início no descobrimento do Brasil. Descritos desde o primeiro contato como seres selvagens, aos poucos, esses nativos tiveram a sua cultura desvalorizadas junto com a ausência de direitos que amparassem e protegessem a vida desses povos. A transformação que a colonização fez com os indivíduos são consequências que acarretam até os dias atuais.     Os conflitos e preconceitos enfrentados pelos povos indígenas é um resultado da prática denominada, etnocentrismo. A sociedade brasileira é totalmente moldada pela cultura dos portugueses, que consideravam a sua cultura mais importante que as demais, e consequentemente isso fico enraizado no povo brasileiro. O fato de usarem poucas vestes, utilizarem pinturas no corpo e possuir traços físicos próprios fez os colonizadores tratar o índio pelo seu exterior ao invés do interior. Dessa forma, a falta de conhecimento sobre os costumes, rituais e crenças é uma decorrência do complexo de superioridade.    A tentativa de reconhecer a diversidade cultural como um fator positivo, não chegou a bater na trave. Em 1973 a Lei 6001 do Estatuto do índio impôs uma aproximação do nativo da cultura brasileira afim de viverem uma cultura única, ferindo diretamente toda a sua história e seus princípios. Apenas na Constituição de 1988 foi determinado o direito de hábitos, concedendo a liberdade de suas práticas. Tendo em vista os aspectos apresentados, conclui-se que muitos são os direitos dados aos cidadãos, mas quando que estes direitos atingirá todos com a mesma intensidade?    Mediante ao exposto, fica claro a necessidade da criação de normas que garanta uma maior proteção e direitos da sociedade indígena mais o aperfeiçoamento e maior fiscalização dos dispositivos já existentes como a Funai e SPI. Cabe ao Ministério Público o dever de intensificar medidas de intervenção para a exploração de áreas indígenas a fim do agronegócio e promover a remoção de invasores. As instituições de ensino tem o dever de quebrar a inferioridade entre costumes com atividades durante o ano letivo, que promovam pesquisas, visitas e até mesmo um contato mais direto. A quebra da inferioridade é de extrema importância, pois só assim daremos o devido valor as culturas diferentes sem se esquecer que somos todos iguais.