Enviada em: 02/07/2017

É possível afirmar que a questão dos índios no Brasil atual é bastante marginalizada diante as discussões na sociedade. Raramente notícias sobre esses atingem a mídia, enquanto a luta pela sobrevivência e busca pelo respeito são diárias. A carta de Pero Vaz de Caminha contava sobre a presença de indivíduos que aos olhos dos portugueses precisavam ser civilizados, e suas terras exploradas. Essa é uma posição, a qual contribuímos para que não fosse revertida e chegamos ao ponto crítico, no qual é necessário repensar essa soberania imposta.   Primeiramente, é essencial evidenciar que há uma desvalorização histórica da cultura indígena. O processo colonizador opressor e genocida subjugava os nativos como obsoletos, primitivistas e selvagens além de sobrepor os hábitos e costumes europeus a eles, e colocá-los como personagens de segundo plano, escravizando-os. Esse sistema se perpetua no século XXI na medida que, classificamos nossa língua como a oficial e a deles como dialetos ou nossa cultura como rica e civilizada enquanto a deles é considerada folclore por muitos.    A questão cultural não é, contudo, o único problema. Além de tudo, os índios brasileiros ainda têm que lutar pela posse de terras. Isso, porque a bancada ruralista do nosso país vem tomando as terras indígenas para alocar a atividade comercial da agricultura e pecuária. O efeito disso é a dizimação de tribos pelo impedimento das tentativas de organizações não- governamentais de assegurarem a existência e manutenção dessa população, obrigando-a a migrar e trabalhar em grandes fazendas para sobreviver, como foi o caso da tribo guarani-kaiowá.    Portanto, essa é uma situação que não podemos mais sustentar. É necessário que o governo detenha o avanço da agropecuária nestes terrenos não apenas por meio do processo mais ativo e eficiente de homologação de terras como também pela rígida fiscalização e monitoramento dos limites delas. Ademais, é importante a introdução da cultura dos índios na base educacional com seu caráter real e de forma descritiva para que os indivíduos possam se sentir pertencentes e integrados a esse povo que tanto foi e é marginalizado.