Enviada em: 13/10/2018

A obra " O cortiço" de Alvares de Azevedo, publicado no século XlX, já denunciava a corrupção existente no Brasil. No romance naturalista, o dono do cortiço, João Romão, apresenta diversos desvios de conduta como, furto de pedras, exploração do trabalho  uso de mentiras em nome de sua prosperidade. Essa falta de ética é desprezada pela sociedade até hoje, sendo a política o alvo principal de críticas, porém, como os políticos são o reflexo da população, a realidade é que a corrupção é endêmica no país e relativizada no âmbito individual.   Cabe destacar o imperativo categórico kantiano, o qual diz que a ética é universal, logo o indivíduo só é ético quando suas ações podem ser adotadas por todos sem prejudicar nenhuma pessoa. Entretanto, o cenário nacional é o oposto disso, haja vista o "jeitinho brasileiro" de enfrentar as situações cotidianas. Esse é a relativização das regras, como por exemplo, a tentativa de corromper um fiscal para evitar uma multa, fraude no imposto de renda, cola em provas escolares. Assim como João Romão, o cidadão não tem o mesmo senso crítico quanto o ato ilícito é para beneficio próprio.   Além da corrupção para fins pessoais, a falta de ética em nome do outro também é característica do brasileiro. De acordo com Paulo Freire, o "Homem Cordial" é aquele que age de acordo com o seu coração, flexibilizando as leis morais quando se trata de um conhecido. Um exemplo disso seria o nepotismo, que é a contratação de familiares ou amigos desgualificados para o cargo por políticos.   Dessa forma, portanto, é preciso universalizar a ética. Para isso o Ministério Público em parceria com a Polícia Federal precisam investir cada vez mais em ações que combatam a corrupção e punam exemplarmente os cidadãos que descumpram as leis. A mídia deve noticiar esses casos dando destaque para aqueles que são banalizados como, as fraudes no imposto de renda. Assim, espera-se que a conduta ética seja tida como regra e não excessão.