Enviada em: 21/07/2018

Até o ano de 2003, o porte de armas era algo comum no Brasil. No ano seguinte, começa a vigorar o Estatuto do Desarmamento, que limita o acesso a armas de fogo. Desde sua proibição, a questão gera diversos debates, principalmente desde 2017 quando um projeto de lei foi apresentado, defendendo a volta do armamento para a população. A problemática é mais complexa do que aparenta e as divergências em torno, estão distantes de findar.       Em suma, os defensores da liberação defendem que o cidadão tem o direito de se defender, no caso de uma eventual tentativa de assalto. Porém, o argumento é inconsistente, visto que o fato de carregar uma arma dificilmente evitaria um assalto, possivelmente, a atitude ainda tornaria o assaltante mais agressivo. Há alguns que utilizam como exemplo os Estados Unidos, onde o porte de armas é livre. Entretanto, deve-se levar em conta que é um país desenvolvido, onde a taxa de violência é baixa, o que se deve ao acesso de educação de qualidade, políticas públicas eficientes e leis rígidas que regem o país. No Brasil, os índices de violência são gritantes, o que causa uma compreensível revolta na população, além do difícil acesso à educação, alimentação, saneamento básico, saúde e onde  a justiça ainda possui muitas lacunas, todos esses são fatores contribuintes para o aumento da violência. Talvez distribuir revólveres nas mãos da população não seja a melhor forma de se combater o crime.       Ademais, há estatísticas que comprovam que nos períodos em que o Brasil mais comercializou armas, o número de homicídios causados por tal, aumentou drasticamente, mesmo depois do Estatuto do Desarmamento entrar em vigor, no período entre 2004 e 2014 percebe-se um aumento do movimento de amas e consequentemente de homicídios. Isso mostra como a entrada ilegal de armas é uma questão presente e como a execução das leis brasileiras ainda possuem muitas falhas.       A respeito do que foi citado, conclui-se que o livre porte de armas não deve ser permitido no Brasil. O Ministério do Planejamento deve direcionar uma especial atenção as comunidades de classe baixa, criando projetos que garantam que essas pessoas tenham acesso aos direitos básicos, como saúde, alimentação e educação, na tentativa de tentar diminuir o número de moradores que acabam entrando para o crime. Também faz-se necessário que o Ministério da Defesa amplie o monitoramento das fronteiras, na tentativa de frear a entrada ilegal de armas no país. Dessa forma, espera-se combater a violência, sem a necessidade de armar a população.