Enviada em: 23/10/2018

Aristóteles afirma, na obra Política, que a estabilização de instituições democráticas pressupõe a eficiência dos amplos aspectos coletivos. Sob esse prisma, no Brasil, infere-se que a discussão de armas em detrimento da criminalidade deve direcionar as diretrizes administrativas do País. Nesse contexto, com base em fatores legislativos e sociais, depreende-se que não é prudente o usufruto de armas, o que corrobora o fomento de outras medidas pacificadoras.    Conforme Max Weber, na obra Economia e Sociedade, em 1922, o Estado nacional é a única entidade que detém o monopólio estrutural para o uso, legítimo e prudente, de forças coercitivas que vislumbram a diligência pela luta em prol da concretização os Direitos da Humanos de cada cidadão. Nesse sentido, a imposição de armamento aos problemas sociais deve repercutir nos anseios públicos. De fato, legalizar o revólver, por exemplo, à sociedade civil, contradiz os setores jurídicos do Brasil, uma vez que a Carta Magna enfatiza, no Artigo 1, o dever do Estado brasileiro à pacificidade do País por meio de ações externas ao contexto da arma de fogo, como o consenso político e a autonomia policial. Nesse viés, torna-se fidedigna a tese weberiana e evidente a desnecessidade dessas ferramentas em virtude das autarquias da República Federativa do Brasil.       Outrossim, tendo em vista as díspares questões dessa temática, sobretudo o conjunto da violência no Brasil, que extrapola diversas perspectivas, faz-se relevante salientar a importância da educação ao invés das armas. Conforme Paulo Freire, quando a "educação não é libertadora, o sonho do oprimido é ser opressor". Nesse viés, as armas em prol da evolução social do País adentram a planos paradoxais, haja vista que não adianta a legalização dessas ferramentas se não há educação de qualidade - um fato, no atual contexto acadêmico brasileiro - à sociedade, haja vista que haverá persistência da violência e da opressão. Sob tal ótica, evidencia-se a obsolescência da legalização do armamento.    Portanto, a fim de consolidar o conteúdo constitucional em detrimento ao armamento, é imprescindível a intervenção do Poder Executivo, por intermédio da parceria com as mídias coletivas, na criação de campanhas e palestras que, via os diversos meios comunicativos, instituem a conscientização social acerca da desnecessidade de armas de fogo visto as demais forças de maior conotação, como o esporte à comunidade e a cidadania plena. Além disso, vale ratificar a importância da União, mediante o investimento integral no Ministério da Educação, na maior implantação de unidades de ensino, como universidades e escolas fundamentais, à população brasileira, principalmente nas áreas de maior índice de criminalidade, em prol da "educação libertadora" de Freire e, dessa forma, pôr obstáculos à obtenção de armas de fogo.