Enviada em: 23/10/2018

"A violência destrói o que ela pretende defender:  a dignidade da vida, a liberdade do ser humano". Essa concepção do religioso são João Paulo ll permite ponderar sobre como o livre porte de armas representa uma adversidade que pode ferir uma malha social. Nesse sentido, cabe analisar as principais consequências desse impasse no âmbito social e psíquico.     Em primeiro plano, convém ressaltar que, de acordo com o portal EBC, cerca de 71% das mortes no Brasil são causas por armas de fogo. Nessa perspectiva, destacam-se as condições financeiras, as falhas na educação básica de ensino e os conceitos de autoproteção como sendo os principais motivos para que esse percentual permaneça em alta, uma vez que tais pretextos acabam que influenciando a violência dentro do corpo social. Visto isso, é inaceitável que um país em pleno desenvolvimento não reveja seu método de segurança pública, que se encontra defasa pelo tempo.    De outra parte, uma ação com arma de fogo pode acarretar na vítima aquilo que o psicanalista Freud já dizia em seu texto “Luto e Melancolia”, de 1917, a chamada neurose mental. A esse respeito, o pai da psicanálise relata que um indivíduo ao sofrer ou cometer uma injúria, consequentemente trará para si a culpa por tal fato ter ocorrido, o que, neste caso, pode-se associar com uma reação em um assalto, em que a vítima também armada mataria o assaltante, assumiria a responsabilidade e se martirizaria por isso. Com efeito, o autor afirma que, nessa circunstância, o transtornado opta pelo suicídio como solução. Em síntese, é inadmissível que as autoridades governamentais não vejam o armamento como sendo um risco eminente para à saúde mental da sociedade.   Diante do exposto, entende-se que o livre porte de armas no Brasil requer ações mais concretas para serem atenuadas. Sob esse viés, o Ministério Público deve realizar medidas para que a população se aproprie das questões inerentes a esse tipo de problemática, por meio de campanhas midiáticas que visem atingir em especial os adultos, e então, precavê-los. Desse modo, espera-se minimizar a falsa liberdade que uma arma oferece.