Enviada em: 30/10/2017

De acordo com Sartre, filósofo francês, o ser humano é livre e responsável; cabe a ele escolher seu modo de agir. Nesse contexto, com o avanço da criminalidade no país, recai sobre o homem o compromisso de tornar a sociedade menos violenta. No século XXI, a preocupação com os efeitos negativos oriundos da posse da arma de fogo, bem como dos incidentes de morte e lesões que envolve inúmeros cidadãos, são reflexos ruins dessa realidade.          A princípio, o problema da liberação do porte de armas de fogo e suas consequências estão intimamente ligados a um contexto sociocultural. Sob essa conjectura, Albert Camus, filósofo argelino, deixa explícito que a linha divisória entre o direito e a justiça não deve estar atrelhada ao uso da coercitividade. Sendo assim, analogamente ao entendimento do escritor, a sociedade brasileira não deve encarar a justiça como o  simples direito de empunhar uma arma, pois se assim fosse, estaria exercendo a prerrogativa do Estado, previsto na Constituição Federal de 1988, em executar a manutenção da ordem e a preservação da vida.          Outro fator determinante está atrelado ao uso e aos cuidados necessários para a cautela e manuseio de armas de fogo. Nesse sentido, é notório que o despreparo pode ser um fator crucial para o risco de possuir um revolver ou pistola. Segundo, Marcio Rodrigo, especialista em segurança pública, o policial militar que rotineiramente recebe curso, capacitações e reciclagens é morto frente ao avanço da criminalidade, imagina-se, dessa forma, o cidadão comum sem esses requisitos básicos de segurança. Cabe acrescentar também os acidentes domésticos e as corriqueiras brigas de trânsito que ceifaram milhares de vida, cerca de 160.000 pessoas, segundo dados do Ministério da Justiça, antes da efetivação do Estatuto do Desarmamento.           É preciso que os indivíduos, portanto, busquem constantemente a paz social sem o uso das armas. Dessa maneira, é necessário que o Ministério da Educação, por meio da educação continuada no âmbito escolar, instrua os escolares sobre o risco do porte de armas, com intuito de reduzir o apelo social pelo rearmamento da população. Além disso, é preciso que o Ministério da Defesa aumente a fiscalização nas áreas fronteiriças, com fito na redução da entrada de armamentos de forma irregular. Por fim, urge que a imprensa televisiva, fazendo uso de ações e campanhas, demonstre os inúmeros incidentes familiares com disparo acidental de arma de fogo, com a finalidade de reduzir o número mortes pelo país. Nessa perspectiva, com a efetivação de tais medidas, poder-se-á transformar o Brasil em uma nação menos violenta e livre dos males provocados pela liberação da posse e porte legal de armas de fogo.