Enviada em: 03/03/2018

Hodiernamente no Brasil, tem-se amplificado o debate acerca do livre porte de armas, frente a proposta de alguns legisladores que defendem a ideia de colocá-lo em prática. Concomitantemente, uma parcela significativa dos cidadãos corroboram com a iniciativa, concebendo que através desta, seria possível contornar a crescente violência que figura no país.  "Olho por olho, dente por dente". Assim era caracterizado o Código de Hamurábi, surgido na antiga Mesopotâmia. De maneira análoga, na sociedade atual, o aumento dos infratores não punidos e a incapacidade do sistema judiciário de solucionar numerosos casos ocasionou o patente desejo de ver a justiça lograr êxito, ainda que para atingir esse fim a mesma seja realizada com as próprias mãos. Ao realizar uma análise aprofundada, é possível relacionar os aludidos crescimento dos indicadores de violência e a descrença na punição ao apoio às propostas de liberação do porte de armas.   Entretanto, apesar de muitas vezes ineficiente, o sistema judiciário que atua no país, junto com os órgãos responsáveis pela segurança pública permanecem sendo o melhor meio de proteger a população. Por conseguinte, ampliar o uso de armas no território nacional não contribuiria de forma eficiente a fim de extirpar a violência, mas ocasionaria o aumento de tal mazela. Essa questão pode ser exemplificada ao observar os Estados Unidos, onde existe o livre porte de armas e outrossim possui o maior índice de homicídios com armas de fogo do mundo. Ademais, os frequentes atentados envolvendo tais instrumentos evidenciam o impasse que o país norte-americano perpasse.  Destarte, torna-se perceptível que são necessárias medidas com o fito de aumentar a segurança pública, todavia a solução não encontra-se na disseminação de armamentos. Portanto, cabe ao governo federal à criação de centros de polícia especializada em bairros onde existem altos índices de violência e à otimização do treinamento das forças que atuarão nos mesmos. Dessa forma será possível uma redução de tal impasse nesses locais, bem como gerar uma relação de confiança entre a população e a polícia. Além das intervenções supracitadas, a adoção de palestras conscientizadoras contendo dados observados nos demais países que aderiram a um viés mais liberal em relação as armas, realizadas em espaços públicos, ajudariam a parcela da sociedade a favor de tal proposta a refletir sobre o malefício que essa ação geraria no país.