Enviada em: 08/03/2018

"O homem nasce bom,a sociedade que o corrompe".A frase do filósofo suíço Jean-Jacques Rosseau parece fazer alusão ao comportamento humano na contemporaneidade,especialmente na atual sociedade "da insegurança",onde a existência,no Brasil,do livre porte de armas parece inferir cada vez mais no modo de agir da população.Essa perspectiva,de fato,compromete a vida dos cidadãos,sendo refletida,principalmente,no número cada vez maior de homicídios,bem como na ausência de políticas eficazes acerca do combate austero às armas de fogo no país.     Em primeiro lugar,é válido ressaltar que a violência é corroborada por fatores socioculturais.Desde a formação dos estados brasileiros,as ideologias de superioridade do Homem Branco e do Darwinismo Social resultaram em práticas violentas que se tornaram frequentes no cotidiano dos indivíduos.Sob esse viés,hodiernamente,o Brasil,segundo pesquisas liberadas pela Unesco(Organização das Nações Unidas para a Educação,a Ciência e a Cultura),lidera o estágio de maior número de homicídios e,consequentemente,de sétimo maior portador de armas do mundo,fomentando,ainda mais,o cenário de insegurança de uma sociedade alimentada pela máxima arcaica "ter armas é ter poder".     Em segundo lugar,é notória a livre circulação de revólveres,fuzis,pistolas,dentre outros,em locais livres,como ruas,escolas,estádios de futebol e,em tese,dentro da própria casa,constatando-se que,em pleno século XXI,a violência se tornou uma epidemia.Nessa ótica,fatos como uma simples discussão de trânsito,bem como uma prática de bullying pode ocasionar a morte de um dos componentes,por,na maioria das vezes,portar uma arma ou conhecer alguém que porte.Em meio a isso,cumpre destacar que as políticas públicas não sendo eficazes no combate ao porte de armas no Brasil,deixando claro,em meio à tamanha violência existente,que o país não está apto ao porte livre,desrespeita um dos direitos assegurados na Constituição,que é a segurança.     Logo,é imprescindível que haja uma ação conjunta do Poder Público,por meio da rígida fiscalização do porte de armas,nos mais diversos locais,bem como da criação de delegacias especializadas na punição dos infratores; da sociedade,através de manifestações para a luta dos seus devidos direitos em prol de um cotidiano mais seguro,assim como a instrução dos filhos,desde cedo,acerca das consequências que uma arma pode trazer; e das instituições educativas que,por meio de debates,de palestras,de propagandas e de campanhas publicitárias,nos mais diversos meios midiáticos, possam fomentar o senso crítico de uma parcela da população,desmistificando o conceito de que arma é poder,bem como a apresentação de novas perspectivas longes da violência. Assim, com tais medidas, o Brasil poderá ser um país do futuro, como dizia do escritor austríaco Stefan Zweig.