Enviada em: 03/07/2019

Com a invenção da máquina a vapor, no século XX, o local onde há a extração e transformação da matéria não é mais o mesmo do seu consumo. Logo, os proveitos, na sua maioria, são consumidos em países do norte, e os rejeitos permanecem em países da América Latina, África e Ásia. Essa relação com o lixo agrava-se ainda mais com a globalização, a qual culminou em uma maior desigualdade social e unificação do pensamento consumista.       Em primeiro plano, o lixo é disposto em áreas de baixo valor comercial, e consequentemente, essas áreas abrigam  populações de baixa renda. Milton Santos, geógrafo brasileiro, relata que embora a globalização tenha dinamizado o mundo, foi excludente, uma vez que aumentou a desigualdade social. Assim, não há como discutir sobre a questão do lixo sem questionar a desigualdade social, principalmente no cenário brasileiro, um país subdesenvolvido, haja visto que são as pessoas de baixa renda que mais sofrem com os rejeitos.      Ademais, val ressaltar que a unificação e objetivação do pensamento consumista foi facilitado pelo processo de globalização. Dessa forma, a busca por um estilo de vida "americanizado" é desejado por todas as pessoas. Entretanto, segundo a Organização das Nações Unidas, o padrão médio de vida de um americano consome, em produtos e energia, o equivalente a 10 africanos ou asiáticos. Por conseguinte, é impossível manter o padrão de vida americano para todo o mundo, o qual gera um consumo enorme e, simultaneamente, uma poluição devastadora.        Portanto, o Estado brasileiro, como uma nação subdesenvolvida e com grande biodiversidade, deve intervir diretamente nessa conjuntura. Primordialmente, o Ministério da Cidadania precisa, por meio de programas sociais, redistribuir a riqueza, a fim de amenizar as desigualdades dos rejeitos. Outrossim, o governo deve promover, mediante campanhas midiáticas, um consumo consciente e sustentável, para que as pessoas não busquem um estilo de vida consumista.